Padre gera polêmica ao entrar na Santa Missa montando num touro


A missa das 19h, deste domingo (13), na igreja Sagrado Coração de Jesus, no bairro Carneirinhos, em João Monlevade, foi marcada pela entrada inusitada do padre Marco José, montado no “Touro Celebridade” . A ação chamou atenção dos fiéis, que usaram os celulares para registrarem o momento.



A entrada do padre fez parte da festa em honra a São Sebastião. Mais cedo, um grupo de cavaleiros saiu da igreja Sagrado Coração em direção à comunidade do bairro Lucília, que leva o nome do santo. Este é o segundo ano da procissão em cavalo, com a presença do touro. O animal de grande porte é conhecido por saldar São Sebastião.



A festa de São Sebastião segue até o dia 20, quando é comemorado o dia do santo. Todos os dias são realizadas barraquinhas, novena e missa. 

A programação completa está aqui.



Abusos durante a celebração da Santa Missa parecem ter-se tornado a regra em muitos lugares. Em tempos litúrgicos mais solenes, então, essas arbitrariedades se multiplicam indefinidamente e, com a internet, chegam cada vez mais rápido ao conhecimento das pessoas, agravando o escândalo que provocam. 

O bovino, chamado de “Touro Celebridade”, que tem longos chifres e grande porte, não amedrontou os fieis, ao contrário, gerou muita curiosidade entre os participantes, que registraram a “entrada triunfal”, tirando muitas fotos.

Este foi o segundo ano da procissão em cavalo, com a presença do touro. O animal é conhecido por saudar também São Sebastião.

Abusos Litúrgicos 

Se as pessoas soubessem, se fossem ensinadas a reconhecer o valor da Eucaristia, a dignidade da Santa Missa, a importância de receberem bem a Sagrada Comunhão… elas não fariam o que fazem; ou melhor, sequer sentiriam necessidade de tantas invencionices! Justamente por não saberem, elas “precisam” do teatro, do espetáculo, da farofada; justamente por não conhecerem, elas precisam dos rojões e das salvas de palmas. Por trás de tudo isso, de modo geral, não estão pessoas mal intencionadas, mas quase sempre é possível identificar pessoas mal catequizadas.

O pior de tudo é o círculo vicioso gerado pelos abusos litúrgicos. Eles não só provêm da ignorância e da descrença, como conduzem a essas mesmas coisas, obscurecendo “a reta fé e a doutrina católica acerca deste admirável sacramento” [5] e impedindo as pessoas de fazer uma verdadeira experiência com Jesus Cristo. 

Em toda liturgia, deveríamos ser capazes de reconhecer o Senhor no partir do pão, como fizeram os discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35). Afinal de contas, é Ele o centro de toda celebração eucarística; é em comunhão com Ele que queremos entrar em toda Santa Missa! Mas talvez estejamos perdidos demais, preocupados com carros alegóricos e fogos de artifício… e, como consequência, também os fiéis ficam perdidos, sem referencial, aplaudindo não se sabe quem, por causa de não se sabe o quê, a fim de celebrar… alguma coisa qualquer.

Ainda a esse respeito, poucas palavras são tão contundentes quanto as de Santo Tomás de Aquino, citadas pelo documento Redemptionis Sacramentum:

Quando se comete um abuso na celebração da sagrada Liturgia, verdadeiramente se realiza uma falsificação da liturgia católica. Tem escrito Santo Tomás: “Incorre no vício de falsidade quem, da parte da Igreja, oferece o culto a Deus contrariamente à forma estabelecida pela autoridade divina da Igreja e seu costume” (S. Th., II-II, q. 93, a. 1). [3]

Referências

[1]“Você acha que eu seria capaz de fazer caridade, se não pedisse a Jesus, todos os dias, que preenchesse o meu coração com o seu amor?” (tradução nossa). In: Robert Cardinal Sarah, The Power of Silence: Against the Dictatorship of Noise, San Francisco: Ignatius Press, 2017, p. 47.
[2]Papa São João Paulo II, Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, 17 abr. 2003, n. 10.
[3]Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, InstruçãoRedemptionis Sacramentum, 23 abr. 2004, n. 169.
Ibid., n. 9.
[4]Papa São João Paulo II, Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, 17 abr. 2003, n. 10.
Ibid., n. 52.
[5]Robert Cardinal Sarah, The Power of Silence: Against the Dictatorship of Noise, San Francisco: Ignatius Press, 2017, p. 122.
Ibid., p. 124.

via OPopularjm e Front Católico

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