Fantástico, o show da morte: pesquisa manipulada defende aborto



Neste último domingo, o programa “Fantástico – O Show da Vida“, da TV Globo, apresentou uma reportagem unilateral, forçada e tendenciosa, claramente direcionada a induzir à aprovação do aborto no Brasil.

Débora Diniz apresentou números de uma pesquisa, digamos… no mínimo intrigante.




Segundo ela, 1 em cada 5 mulheres até os 40 anos teria abortado e, no último ano, o Brasil teria assistido silenciosamente ao discreto espetáculo de 500 mil abortos clandestinos.

Curiosamente, dizia-se que o número de abortos no Brasil, há dois anos, era de 1,5 milhão por ano. Se esses dados fossem verdadeiros, estariam sendo feitos no Brasil, hoje, 1 milhão de abortos a menos! Uma REDUÇÃO DE 200% ao ano! Se realmente fosse assim, em 3 ou 4 anos não teríamos mais abortos no Brasil!

Eles perceberam que a MENTIRA do 1,5 milhão não cola mais!

Esses números atuais, no entanto, também não são verdadeiros, conforme vou mostrar abaixo. É que eles não conseguem disfarçar que o número de abortos está caindo vertiginosamente no Brasil. Então, para enganar, é preciso mentir menos.

Deixemos de lado as já conhecidas declarações da promotora do aborto Adrianne Germain, que confessou o financiamento ao aborto clandestino por parte daqueles que militam pelo aborto legal – ela mesma confessa ter feito isso! (cf. Population and Reproductive Health. Oral History Project, Adrienne Germain Interviewed by Rebecca Sharple).

Vamos direto aos números.

Se 500 mil mulheres praticassem o aborto clandestino no Brasil, deveríamos ter pelo menos 250 mil curetagens ao ano pelo SUS só por motivos de aborto provocado, já que, segundo as mais recentes pesquisas, apenas metade das mulheres que praticam o aborto clandestino fazem a curetagem. Ora, são feitas no SUS cerca de 200 mil curetagens ao ano, número que está caindo cada vez mais (10% ao ano, conforme dados do próprio dataSUS), e, segundo a maior parte dos médicos, no máximo 1/4 dessas curetagens seriam de mulheres que praticaram o aborto provocado; portanto, teríamos 50 mil internações devidas ao aborto provocado. Acontece que, se de cada duas mulheres que praticam o aborto, só uma se submete à curetagem, chegamos ao resultado de 100 mil abortos por ano. Em outras palavras, o quadro é completamente diferente daquele apresentado pela reportagem do Fantástico.




Ademais, é uma mentira que o número de abortos cai quando este é aprovado. A realidade é absolutamente inversa: nos países que legalizaram o aborto, são feitos pelo menos cinco vezes mais abortos que no Brasil.

Por exemplo: enquanto no Brasil se fazem 100 mil abortos por ano, fazem-se 800 mil nos EUA. No Reino Unido, que tem 50 milhões de habitantes, são feitos 120 mil abortos; se aquele país tivesse 200 milhões de habitantes, como o Brasil, seriam 500 mil abortos, o que equivale a 5 vezes o número de abortos no Brasil. Na Espanha, que tem população de 40 milhões de habitantes, são praticados 120 mil abortos por ano, ou seja, 5 vezes mais que no Brasil. Na Suécia, que tem 10 milhões de habitantes, são praticados 40 mil abortos por ano; se tivessem 200 milhões de habitantes, a proporção seria de 800 mil abortos ao ano, simplesmente 8 vezes mais que no Brasil.

Desde a legalização, na Suécia, o número de abortos cresceu 5.500%; na Espanha, subiu 600%; nos EUA, subiu 700%. ENQUANTO ISSO, NO BRASIL ESTÁ DIMINUINDO.

Na alegada pesquisa, a idade das mulheres é de até 40 anos, ou seja, inclui as que teriam praticado o aborto 20 anos atrás, quando a aprovação da prática era muito maior no Brasil. Não nos esqueçamos de que, em todas as pesquisas realizadas desde 1994, a aprovação à legalização do aborto, bem como a sua prática, está diminuindo vertiginosamente no país: de acordo com os números do dataSUS, 10% ao ano.

Assim, a pesquisa apresentada por Débora Diniz não se refere só às mulheres que abortam atualmente, mas inclui as que o fizeram há 20 anos, quando os números eram bem outros.

Se nos restringirmos aos dados de hoje, os números são os seguintes: existem 2,8 milhões de partos ao ano e 100 mil abortos. Isto significa que, para cada 28 mulheres que têm um bebê, 1 pratica o aborto. E este número está diminuindo ano após ano. Esta é a realidade presente, não a de 20 anos atrás: justamente porque o aborto não foi legalizado e porque o grau de consciência das pessoas está aumentando!

Ora, daqui a 20 anos, o número de mulheres que terão praticado o aborto no Brasil até os 40 anos será muito menor – e talvez, a julgar pelos números de hoje, possa cair para 1/14 – a não ser que, como Débora Diniz propõe e o Fantástico insinua que é “necessário”, seja legalizado o aborto no Brasil.

Querem saber por que esses números falsos estão sendo divulgados?

Porque quem controla as estatísticas do aborto são os mesmos institutos ligados às redes de clínicas clandestinas de aborto.

A maior parte dos estudos estatísticos sobre o aborto procede dos dados e das metodologias propostas pelo Instituto Alan Guttmacher, que é de propriedade da instituição que detém a maior rede de clínicas de aborto nos EUA, e pelo IPAS, internacionalmente conhecido como um dos principais promotores tanto do aborto legal quanto do clandestino.

Padre José Eduardo Oliveira

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