Como a fé age em nosso cérebro


Um artigo da edição de março da revista italiana Benêsse, la saudé con l’anima nos oferece a oportunidade de aprofundar uma perspectiva científica sobre os efeitos psicofísicos da fé, revelando um panorama verdadeiramente encorajador.



O autor é o jornalista científico Piero Bianucci, que desde o início deixa claro que não está tentando tirar uma conclusão exagerada e utilitarista como: “Se você acredita em Deus, não terá nenhum problema de saúde”. Em vez disso, ele quer compartilhar conosco os resultados interessantes de experimentos neurocientíficos que mostram o impacto positivo da experiência religiosa.



Ressonância espiritual

O artigo é amplamente baseado no livro Psychothérapie de Dieu, escrito pelo psiquiatra francês Boris Cyrulnik, que revela que, através do uso de simples e não invasivos exames de ressonância magnética, tornou-se claro que a oração e outras experiências emocionais relacionadas à fé ativam uma área específica do cérebro: os lobos pré-frontais, que estão conectados com o sistema límbico – a área de memórias e emoções fortes (altamente estimuladas na infância).

Como consequência, ele diz, “estudos de circuitos cerebrais não revelam a existência de uma ‘zona de Deus’ ou uma ‘zona de religião’, mas mostram que um ambiente estruturado pela fé religiosa deixa uma marca biológica em nosso cérebro e torna mais fácil redescobrir sentimentos de êxtase ou transcendência adquiridos na infância”.

Isso leva a uma reflexão interessante. É como se tivéssemos um baú dentro de nós, pronto para ser aberto quando precisamos. Atividades como dizer suas preces noturnas quando criança, rezar o Rosário com sua avó ou ir à missa com seus pais não são momentos que desaparecem no ar com a adolescência e a idade adulta.

Mesmo quando nossos filhos adultos rejeitam nosso convite para orar, ou dão as costas decisivamente para a religião, podemos ter certeza de que as boas experiências que tiveram quando crianças, compartilhando conosco atividades baseadas na fé, continuam impressas em seus cérebros, e estarão prontas para reaparecer assim que o filho pródigo sentir a necessidade de voltar para casa.

Cantar nos une

A ideia de que a repetição é necessariamente entediante é um estereótipo muito errado. Quem conhece a beleza e a alegria de rezar o Rosário sabe que essa oração “repetitiva” nos torna como um alegre camponês que está cultivando um campo. Ao capinar e plantar, todo movimento parece repetitivo, mas é somente através dessa constante repetição que o campo é cultivado e semeado, e se torna fértil e frutífero.

A neurociência também descobriu o valor reconfortante e encorajador dos rituais. “A oração e as fórmulas sagradas dissolvem o sofrimento que vem com o isolamento. Quando você canta um hino, você não está sozinho. Objetos sagrados simbolizam a possibilidade de ter acesso àquele que protege a todos. Atos de fé nos inspiram a um sentimento de pertencer. O sentimento de fraternidade cura nossa ansiedade”.

Os relacionamentos são o motivador humano mais importante e são mais eficazes quando o companheirismo é real, na carne. Se as redes sociais nos dão a impressão de estarmos juntos e nos dão fóruns de partilha em que cada um expõe sua opinião, a Santa Missa é um gesto revolucionário, a manifestação de ser um coro, unido em harmonia, no qual reconhecemos um ao outro como iguais, com limites e necessidades compartilhados. Somos alegres porque juntos temos palavras para expressar nossa gratidão e louvor, palavras que funcionam para todos nós e que são verdadeiras para todos e cada um de nós.

Irmã Longevidade, Irmão Bem-Estar

A última notícia surpreendente encontrada no artigo de Piero Bianucci refere-se ao mundo do claustro.

Há muitas histórias de pessoas que nos últimos anos, não apenas no passado, fizeram a escolha contra-cultural de deixar para trás sua liberdade no mundo para se enclausurar em um convento ou mosteiro. Essas pessoas tornaram-se testemunhas, transbordando de alegria, revelando que não estão realmente longe do mundo; eles estão mais presentes no mundo, apesar de estarem às margens.

Os cientistas agora têm uma visão dessa forma entusiasta da vida, que aparentemente produz efeitos físicos e psicológicos: “Um grupo de pesquisadores ficou curioso quando descobriu que a expectativa de vida das freiras é particularmente alta, enquanto a taxa de ocorrência da doença de Alzheimer é incomumente baixa. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que era o ambiente do convento, estruturado na fé e nos rituais, que favorece um maior tempo de vida e que mantém o cérebro das irmãs funcionando de maneira eficiente”.

É lindo saber que esses servos do bem possuem reservas incomuns de perseverança, entusiasmo e força para continuar sua missão e ajudar-nos em nossas dificuldades diárias por meio de suas orações.

via Aleteia

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