Por que a Igreja guarda o Domingo e não o Sábado? – O dia do Senhor

imagem de uma igreja católica com a frase: domingo ou sábado

Domingo é o dia do Senhor - Essa verdade de fé perpassa todos os séculos da Igreja, desde o inicio os apóstolos celebravam a Missa no primeiro dia da semana (dominus, dia do Senhor):



"No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para a fração do pão..." (At 20, 7)

"No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de lado o que conseguir poupar; deste modo, não se esperará a minha chegada para se fazerem as coletas." (1Cor 16,2)


A partir da ressurreição do Senhor, os primeiros cristãos, à espera do retorno glorioso do Salvador, manifestavam o seu fiel compromisso com Cristo reunindo-se a cada domingo para a fração do pão. São várias as fontes que atestam a origem apostólica desta prática. A Epístola de Barnabás (74 d.C.) um dos documentos mais antigos da Igreja, anterior ao Apocalipse, dizia: 

"Guardamos o oitavo dia (o domingo) com alegria, o dia em que Jesus levantou-se dos mortos."(Barnabás 15:6-8)

Na própria Bíblia constata-se que Jesus Cristo ressuscitou no Domingo: 

"Após o sábado, ao raiar do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria vieram ver o sepulcro. E eis que houve um grande terremoto: pois o Anjo do Senhor, descendo do céu e aproximando-se, removeu a pedra e sentou-se sobre ela." (Mt 28,1-2)

"De madrugada, no primeiro dia da semana, elas foram ao túmulo ao nascer do sol. [...] Ora, tendo ressuscitado na madrugada do primeiro dia da semana, Ele apareceu primeiro a Maria Madalena, de quem havia expulsado sete demônios." (Mc 16,2.9)

Naquele mesmo dia, Jesus apareceu aos discípulos de Emaús e aos onze apóstolos: 

"No primeiro dia da semana, muito cedo ainda, elas foram à tumba, levando os aromas que tinham preparado. [...] Eis que dois deles viajavam nesse mesmo dia para um povoado chamado Emaús, a sessenta estádios de Jerusalém; e conversavam sobre todos esses acontecimentos. Ora, enquanto conversavam e discutiam entre si, o próprio Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles;" (Lc 24, 1. 13-15)

"...Entrou então para ficar com eles. E, uma vez à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, depois partiu-o e distribuiu-o a eles. [...] levantaram-se e voltaram para Jerusalém. Acharam aí reunidos os onze e seus companheiros, que disseram: "É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!" E eles narraram os acontecimentos do caminho e como o haviam reconhecido na fração do pão. Falavam ainda, quando ele próprio se apresentou no meio deles e disse: "A paz esteja convosco!"." (Lc 24, 29-30; 33-36)

"No primeiro dia da semana, Maria Madalena vai ao sepulcro, de madrugada, quando ainda estava escuro, e vê que a pedra fora retirada do sepulcro. [...] À tarde desse mesmo dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas onde se achavam os discípulos, por medo dos judeus, Jesus veio e, pondo-se no meio deles, lhes disse: "A paz esteja convosco!"." (Jo 20, 1.19)

Nos ensina o Catecismo da Igreja: 

"§1166 – Devido à Tradição apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, no dia chamado com razão o dia do Senhor ou Domingo. O dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo tempo "o primeiro dia da semana", memorial do primeiro dia da criação, e o "oitavo dia", em que Cristo, depois do seu "repouso" do grande Sábado, inaugura o dia "que o Senhor fez", o "dia que não conhece ocaso". A "Ceia do Senhor" é seu centro, pois é aqui que toda a comunidade dos fiéis se encontra com o Senhor ressuscitado, que os convida a seu banquete;"

São Jerônimo (†420), famoso por traduzir a Bíblia inteira para o latim (versão conhecida como Vulgata), disse: 

"O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. É por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação." (In die dominica Paschae, II, 52, - CCL, 78,550,52)

No livro do Apocalipse, São João cita o dia do Senhor: 

"No dia do Senhor fui movido pelo Espírito..." (Ap 1, 10)

Continua o Catecismo: 

"§1167 – O domingo é o dia por excelência da assembléia litúrgica, em que os fiéis se reúnem para, ouvindo a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus, e darem graças a Deus que os regenerou para a viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos; Quando meditamos, ó Cristo, as maravilhas que foram operadas neste dia de domingo de vossa santa ressurreição, dizemos: Bendito é o dia do domingo, pois foi nele que se deu o começo da criação (...) a salvação do mundo (...) a renovação do gênero humano.(...) E nele que o céu e a terra rejubilaram e que o universo inteiro foi repleto de luz. Bendito é o dia do domingo, pois nele foram abertas as portas do paraíso para que Adão e todos os banidos entrem nele sem medo."

Santo Inácio de Antioquia (†107), bispo mártir no Coliseu de Roma, dizia: 

"Aqueles que viviam segundo a ordem antiga das coisas voltaram-se para a nova esperança, não mais observando o Sábado, mas sim o dia do Senhor, no qual a nossa vida foi abençoada, por Ele e por sua morte." (Epístola aos Magnésios. 9,1)

Foi inaugurada a "nova Criação" libertada do pecado. Assim, o Domingo é a plenitude do Sábado judaico. Sabemos que o Antigo Testamento é uma figura do Novo Testamento, uma preparação; o Sábado judaico é uma figura do Domingo cristão. Nos ensina o Catecismo da Igreja: 

"§2174 – Jesus ressuscitou dentre os mortos "no primeiro dia da semana" (Mc 16,2). Enquanto "primeiro dia", o dia da Ressurreição de Cristo lembra a primeira criação. Enquanto "oitavo dia", que segue ao sábado, significa a nova criação inaugurada com a Ressurreição de Cristo. Para os cristãos, ele se tomou o primeiro de todos os dias, a primeira de todas as festas, o dia do Senhor ("Hé kyriaké hemera", "dies dominica"), o "Domingo". §2175 – O Domingo distingue-se expressamente do sábado, ao qual sucede cronologicamente, cada semana, e cuja prescrição ritual substitui, para os cristãos. Leva à plenitude, na Páscoa de Cristo, a verdade espiritual do Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus. Com efeito, o culto da lei preparava o mistério de Cristo, e o que nele se praticava prefigurava, de alguma forma, algum aspecto de Cristo (1Cor 10,11). §2176 – A celebração do domingo observa a prescrição moral naturalmente inscrita no coração do homem de prestar a Deus um culto exterior, visível, público e regular sob o signo de seu beneficio universal para com os homens. O culto dominical cumpre o preceito moral da Antiga Aliança, cujo ritmo e espírito retoma ao celebrar cada semana o Criador e o Redentor de seu povo."

São Justino (†165), mártir, escreveu: 

"Reunimo-nos todos no dia do sol, porque é o primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o primeiro dia em que Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, neste mesmo dia, Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos." (Apologia 1,67)

Existem muitos outros documentos históricos dos primeiros séculos do cristianismo, eis mais três evidências: 

"Reuni-vos no dia do Senhor (Domingo) para a fração do pão e agradecei (celebrai a Eucaristia), depois de haverdes confessado vossos pecados, para que vosso sacrifício seja puro." (Didaqué, 70 d.C.)

"No domingo pela manhã, o bispo distribuirá a comunhão, se puder, a todo o povo com as próprias mãos, cabendo aos diáconos o partir do pão..." (Santo Hipólito de Roma, †236, Tradição Apostólica, part III)

"Não ceda de forma alguma ao partido dos Samaritanos, ou aos Judaizantes: por Jesus Cristo de agora em diante foste resgatado. Mantenha-se afastado de toda observância de Sábados, sobre o que comer ou como se purificar. Mas abomine especialmente todas as assembleias dos perversos heréticos." (São Cirilo de Jerusalém, †386, Carta 4, 37)

Para finalizar, assista um trecho do programa Ecclesia da Rede Século 21, onde Pe Guido Mottinelli e o Pe Wander Maia comentam a questão: 



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Comentários

  1. E em seis dias fez o Senhor Deus o céu e a terra e ao sétimo dia descansou, portanto o Senhor Deus abençoou o dia de sábado e o santificou. Não tinha judeus na criação. O sábado continua desde a criação o dia do Senhor.

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