Frei Galvão, o padroeiro dos engenheiros, arquitetos e construtores, nasceu
no dia 10 de maio de 1739 na vila de Santo Antônio de
Guaratinguetá, atual Guaratinguetá, no vale do Paraíba.
A vila estava na região chamada Capitania de São Paulo, hoje, Estado de São Paulo. Galvão era o quarto de dez filhos de uma família muito religiosa, rica e nobre. Seu pai, Antônio Galvão de França, português, era o capitão-mor (prefeito) da vila, comerciante, pertencia à Ordem Terceira Franciscana e era famoso por sua generosidade. A mãe de Antônio Galvão era Isabel Leite de Barros, mulher generosa, filha de fazendeiros e descendente da família do bandeirante Fernão Dias.
A vila estava na região chamada Capitania de São Paulo, hoje, Estado de São Paulo. Galvão era o quarto de dez filhos de uma família muito religiosa, rica e nobre. Seu pai, Antônio Galvão de França, português, era o capitão-mor (prefeito) da vila, comerciante, pertencia à Ordem Terceira Franciscana e era famoso por sua generosidade. A mãe de Antônio Galvão era Isabel Leite de Barros, mulher generosa, filha de fazendeiros e descendente da família do bandeirante Fernão Dias.
Frei Galvão, uma infância de estudos
Galvão viveu até os 13 anos na casa de
sua família em Guaratinguetá, SP. Quando atingiu está idade foi enviado
pelos pais ao seminário jesuíta Colégio de Belém,
em Cachoeira, na Bahia, para estudar ciências humanas. No
mesmo seminário já estava o irmão de Frei Galvão, José, de 19 anos. Galvão
estudou no seminário de 1752 a 1756. Onde, progrediu nos estudos, especialmente
na construção civil e na prática cristã.
A perda da mãe
Em 1755, recebeu a notícia da morte
prematura de sua mãe. Este fato fez com ele assumisse Santa Ana (Santana), de
quem era devoto, como mãe espiritual. Tanto que seu futuro nome de religioso
será “Frei Antônio de Santana Galvão”. Ele queria ser jesuíta, mas as
perseguições contra os jesuítas instaurada pelo Marquês de Pombal,
obrigaram-no a seguir o conselho do pai e se tornar franciscano, no convento de
Macacu, em Itaboraí, Rio de Janeiro.
Ordenação e transferência
Em 11 de julho de 1762, frei Galvão foi
ordenado sacerdote e transferido para o Convento de São Francisco na
cidade de São Paulo. Lá, ele continuou os estudos de filosofia e
teologia. Em 1768, foi nomeado confessor, pregador e porteiro do convento.
Era um cargo importante na época. Frei Galvão se destacou nesse cargo de tal
forma que a Câmara Municipal lhe deu o título de o "novo
esplendor do Convento".
Capacidade artística e intelectual
Em 1770, foi convidado para ser membro
da Academia Paulistana de Letras. Isso porque ele compunha peças
poéticas em latim, odes, ritmos e epigramas. Suas composições foram sempre bem
metrificadas e cheias de profundo sentimento religioso e patriótico.
Um pedido que mudou a vida de Frei
Galvão
Entre 1769 e 1770, Frei Galvão recebeu
a missão de ser confessor no Recolhimento de Santa Teresa, um tipo
de convento que abrigava devotas de Santa Teresa de Ávila, em
São Paulo. Lá, ele conheceu a Irmã Helena Maria do Espírito Santo,
uma freira penitente que dizia receber um pedido de Jesus: a fundação de um novo
Recolhimento. Galvão estudou essas mensagens, consultou outros teólogos
que as reconheceram como verdadeiras e sobrenaturais.
A grande obra da vida de Frei Galvão
Num tempo em que construções de conventos
de ordens religiosas e até de igrejas estavam proibidas em todo o
império pelo marquês de Pombal, Frei Galvão assumiu as consequências e fundou o
novo Recolhimento, chamado Recolhimento Nossa Senhora da Luz. A
fundação foi em 2 de fevereiro de 1774. A identidade espiritual da nova
fundação era baseada na Ordem da Imaculada Conceição. Frei Galvão
escreveu os estatutos, as regras e deu todo o amparo necessário para que o
pequeno recolhimento se tornasse, de fato, uma congregação religiosa.
Um casebre dá origem ao bairro da Luz
Irmã Helena e mais duas jovens
vocacionadas foram morar no recolhimento. O Recolhimento, porém, nada mais era
do que um casebre afastado da cidade, no meio do mato. Este local é, hoje, o
mesmo onde hoje está o Mosteiro da Luz, construído por Frei Galvão.
Ali, por causa da construção, iniciou-se o Bairro da Luz na cidade de São
Paulo.
Reviravolta na história
Aos poucos, outras jovens vocacionadas
foram entrando no Recolhimento, confirmando a profecia de Irmã Helena. Quando o
Recolhimento tinha pouco mais de um ano, um fato surpreendente mudaria todo o
rumo da história: Irmã Helena faleceu repentinamente em 23 de fevereiro de
1775. Por isso, Frei Galvão se viu obrigado a se tornar o novo diretor do
instituto, e novo líder espiritual das irmãs. Nisso, um grande número de
moças vocacionadas começaram a vir para o Recolhimento.
Frei Galvão, padroeiro dos
construtores, engenheiros e arquitetos
Aos poucos, não havia mais lugar para
acomodá-las com dignidade no casebre. Por isso, Frei Galvão, usando das
habilidades que aprendera com os Jesuítas, projetou e começou a construir o
Mosteiro da Luz. No começo, ele e as irmãs trabalhavam na obra. Depois, os pais
das irmãs do recolhimento começaram a enviar escravos e dinheiro para ajudarem
na construção. O povo, vendo a grandeza da obra, começou a ajudar com
mantimentos, alimentos para todos e materiais de construção.
Perseguição
Um governador novo, porém, chegou a São
Paulo e quis por a ordem do Marquês de Pombal em prática mandando fechar o
recolhimento. Frei Galvão obedeceu, mas as irmãs se recusaram
a sair do Recolhimento. O governador, então, começou a agir com violência
enviando tropas e ameaçando destruir tudo. Mas o povo se revoltou e o
governador teve que ceder. Assim, Frei Galvão voltou a liderar a construção e o
Recolhimento. O povo queria o Mosteiro da Luz. A construção demorou 28 anos e,
como foi dito, deu origem ao Bairro da Luz em São Paulo.
Prisioneiro da cidade de São Paulo
Mais tarde, o Capitão-Mor de São Paulo
sentenciou um soldado à morte pelo fato de este ter ofendido
levemente a seu filho. Frei Galvão não aceitando a punição, defendeu o soldado
e por consequência foi preso. Mas o povo, as irmãs e o Bispo de São
Paulo, Dom Manuel da Ressurreição, recorreram ao superior
provincial, escrevendo-lhe que "nenhum dos habitantes desta cidade será
capaz de suportar a ausência deste religioso por um único momento".
Depois, em 1781, Frei Galvão foi nomeado mestre de noviços em Macacu e em 1798
assume o cargo de guardião do Convento de São Francisco.
Pílulas de Frei Galvão e sua origem
Certa ocasião Frei Galvão foi a
Guaratinguetá para pedir recursos para a construção do Mosteiro da Luz.
Terminada sua missão, tinha que regressar por causa de compromissos no
convento. Nisso, alguns homens vieram pedir que ele fosse até uma fazenda
distante rezar por um amigo deles que estava padecendo com uma pedra no rim há
dias. O homem estava quase para morrer de dor. Impossibilitado de ir até lá,
Frei Galvão teve uma inspiração: escreveu num pedacinho de papel uma frase do
ofício de Nossa Senhora: “Depois do parto, ó Virgem, permaneceste
intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós”.Frei Galvão embrulhou o
papelzinho em forma de pílula e deu aos amigos do doente dizendo que ele
tomasse aquilo em clima de oração, rezando o terço de Nossa Senhora.
Mais tarde, espalhou-se a notícia da cura daquele doente.
Tempos depois, o Frei foi procurado por um homem aflito. Sua esposa estava em trabalho de parto há quase um dia e corria risco de morte. O religioso fez três pílulas e deu ao homem com as mesmas recomendações. O homem levou as pílulas para a esposa, que as tomou e conseguiu dar à luz um filho com saúde. Daí em diante, a fama das pílulas de Frei Galvão se espalhou. O povo começou a procurá-las de tal maneira, que ele teve que pedir às irmãs do Recolhimento que produzissem as pílulas. Depois, ele as abençoava e as irmãs distribuíam para o povo. Desde esse tempo, há inúmeros relatos de graças alcançadas através das Pílulas de Frei Galvão.
Outras fundações de Frei Galvão
Em 1811, Frei Galvão fundou o Convento
de Santa Clara em Sorocaba. Onze meses depois, voltou para o
Convento de São Francisco, em São Paulo. Nos últimos anos de sua vida, já
sentindo dificuldade de caminhar do convento franciscano onde morava até o
Mosteiro da Luz para orientar as irmãs e atender o povo, Frei Galvão conseguiu
permissão do Bispo Mateus de Abreu Pereira e de seu tutor para ficar
no Mosteiro que ajudara a criar e que era sua vida. Ali, Frei Galvão
atendia o povo, orientava, aconselhava, rezava pelas pessoas e ensinava as
irmãs.
Milagres de Frei Galvão em vida
Frei Galvão era um homem de muita e
intensa oração. Por isso, alguns fenômenos místicos em sua vida foram
presenciados por testemunhas. Fenômenos como o dom da cura, dom de ciência,
bi-locação, levitação foram famosos durante sua vida, sempre em vista do bem de
doentes, moribundos e necessitados.
Frei Galvão e as caridades
Embora ele sempre escondesse seus atos
de caridade, quase todos eram anunciados pelas pessoas que eram
beneficiadas por ele. Com muitas esmolas que ele recebia de pessoas ricas, ele
pagava dívidas de pessoas presas nas mãos de agiotas e se mantinha oculto. Só
depois de muito tempo os beneficiados ficavam sabendo que Frei Galvão é quem
tinha ajudado.
Frei Galvão vai ao céu
Frei Galvão veio a falecer no Mosteiro
da Luz em 23 de dezembro de 1822, poucos meses depois da independência
do Brasil. Faleceu na graça de Deus, com fama de santidade.
Uma multidão de luto veio se despedir do santo que encantou a cidade de São
Paulo. Ele foi sepultado na igreja do Mosteiro da Luz. Até hoje o seu túmulo é
destino de peregrinação de fiéis que vêm pedir e
agradecer graças recebidas pela sua intercessão.
Reconhecimento
O Mosteiro da Luz foi declarado Patrimônio
Cultural da Humanidade pela UNESCO. No local também está
localizado o Museu de Arte Sacra de São Paulo, que guarda um dos mais
representativos acervos do patrimônio sacro brasileiro,
originalmente reunido por Dom Duarte Leopoldo e Silva,
primeiro arcebispo de São Paulo.
Primeiro Santo brasileiro
Em 25 de outubro de 1998, Galvão se
tornou o primeiro religioso nascido no Brasil a
ser beatificado pelo Vaticano. Em 11 de maio de 2007, o Papa
Bento XVI celebrou a missa de canonização de Frei Galvão em São Paulo,
acompanhado por uma multidão de mais de um milhão de fiéis.
Milagres de Frei Galvão
Para ser canonizado, a Igreja exige a
comprovação de dois milagres (fatos inexplicáveis pela
ciência) acontecidos pela intercessão do santo. Assim, as curas de Sandra
Grossi de Almeida e Daniella Cristina da Silva, acontecidas pela intercessão de
Frei Galvão, são verdadeiros milagres inexplicáveis cientificamente.
Sandra Grossi possuía uma malformação uterina que impossibilita qualquer
mulher de manter um feto por mais de quatro meses. Pois, em 1999, após tomar as
pílulas e pedir a Frei Galvão, ela prosseguiu com a gravidez e deu à luz ao
menino Enzo. Daniella Cristina da Silva, então com quatro anos de idade, sofria
de uma hepatite considerada incurável pelos médicos. Após tomar as
pílulas e rezar fervorosamente, ficou curada inexplicavelmente.
Como adquirir as Pílulas de frei Galvão
As pílulas podem ser adquiridas no Museu
Frei Galvão em Guaratinguetá e no Mosteiro da Luz em São Paulo, cujo
endereço é: AV Tiradentes, 676, Bairro Luz. CEP 01102-000 – São Paulo – SP.
Oração a Frei Galvão
Santíssima Trindade, Pai, Filho e
Espírito Santo, eu Vos adoro, louvo e Vos dou graças pelos benefícios que me
fizestes. Peço-Vos, por tudo que fez e sofreu o Santo Antônio de
Sant'Ana Galvão, que aumenteis em mim a fé, a esperança e a caridade, e Vos
digneis conceder-me a graça que ardentemente almejo. Amém.
Oração para todos os dias da novena de
Frei Galvão
A novena inicia-se sempre com o sinal
da cruz e logo em seguida faz-se a intenção,o pedido ou o agradecimento. Faz-se
depois a invocação: São Frei Galvão, rogai por nós!
No final de cada dia da novena, faz-se
a oração a Frei Galvão, como segue: São Frei Galvão, Deus fez em ti maravilhas
e através de ti anunciou o Evangelho do amor, do acolhimento e da misericórdia
para com os mais fracos e sofredores. Com o coração agradecido por tão grande
Dom à nação brasileira, nós te pedimos: intercede por nós junto a Deus para que
possamos vivenciar na comunidade eclesial, os valores evangélicos que de modo
tão heróico viveste.Dá-nos a coragem e perseverança na fé e abertura ao
Espírito Santo Deus, para que possamos ser sal da terra e luz do mundo. Amém.
via Cruz da Terra Santa
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