A presença do Senhor no Sacramento Eucarístico foi querida por Ele próprio, para estar próximo ao homem e nutri-lo de Si mesmo, para permanecer na comunidade eclesial. Por isto, a Fé nos pede que estejamos diante da Eucaristia sabendo que estamos diante do próprio Cristo.
É a sua presença que dá às outras dimensões deste Sacramento: Baquete, Memorial da Páscoa, antecipação escatológica um significado que vai além do puro simbolismo. A Eucaristia é Mistério de Presença, por meio do qual se realiza de modo incomparável a promessa de Jesus de estar conosco até o fim do mundo. É um sinal consolador do amor, do poder e da divindade do nosso Divino Salvador. Ele quis entrar em união íntima com os fiéis de cada geração e quis fazê-lo de um modo que satisfizesse a nossa natureza de espírito encarnados (constituídos por corpo e alma).
<<A Igreja vive do Cristo Eucarístico, por Ele é nutrida, por Ele é iluminada. A Eucaristia é mistério de fé e, ao mesmo tempo, “mistério de luz”. Sempre que a Igreja a celebra, os fiéis podem de certo modo reviver a experiência dos dois discípulos de Emaús: “abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-no” (Lc 24, 31). […] Ao pedido dos discípulos de Emaús para que permanecesse “com eles”, Jesus respondeu com um dom muito maior: mediante o Sacramento da Eucaristia achou um modo de permanecer “neles”. Receber a profunda com Jesus “permanecei vós” (Jo 15, 4)>> (Ecclesia de Eucharistia, 6, 19).
O que são as espécies eucarísticas?
Com o termo espécie eucarísticas indicam-se as características sensíveis (aquelas que o gosto, o tato, a vista podem perceber: a cor, a forma, o peso…) do pão e do vinho, isto é, suas propriedades físicas, químicas e nutritivas.
Depois da consagração, o pão e o vinho mantêm inalteradas as suas características sensíveis, mas em toda sua substância (na sua essência, na sua identidade mais íntima e profunda), e nela somente, não são mais pão e vinho, mas o Corpo e o Sangue de Cristo.
Quando recebemos a Comunhão percebemos que as características exteriores, ou “espécies”, do pão e do vinho permanecem idênticas depois da consagração; de fato, nem o sabor, nem o odor, nem a cor, nem as dimensões mudam. Mudou, todavia, a sua substancia, que se tornou a substancia do Corpo e do Sangue de Jesus. Isto nós cremos pela fé, fundada na Palavra de Jesus. Com os exemplos aqui ao lado, de Marcos e de Biba, vemos que sucede exatamente o contrário.
Neste exemplo, representamos Marcos em diversas idades: mesmo que as suas características exteriores mudem com o passar do tempo (no início era um embrião, depois um menino, depois um rapaz, depois um adulto, depois um velho…) a sua substância, isto é o seu ser Marcos, permanece idêntica. É sempre Marcos, quer quando era um recém-nascido, quer agora que tem oitenta anos.
Vemos que Biba, ao crescer, mudou nas suas características exteriores, ou “acidentes”, ou “espécies” (cor, altura, etc…), mas sua substância permaneceu sempre a mesma: de fato, Biba é sempre Biba, mesmo que o seu aspecto tenha mudado com o passar do tempo.
Na Eucaristia, acontece o contrário destes dois exemplos: muda a substancia, permanecem idênticas as características exteriores.
Depois da consagração o pão e vinho não são um sinal simbólico (como pode ser, por exemplo, a bandeira da Pátria), mas são realmente o Corpo e o Sangue de Cristo.
O fiel reconhece e acolhe este fato misterioso pela fé, fundada nas Palavras de Cristo: <<Isto é o meu Corpo… Isto é o meu Sangue>>.
Por isto são admitidos a receber a Eucaristia somente aqueles que têm fé e foram batizados na Igreja Católica.
Retirado do livro: “A Eucaristia, Pão de vida Eterna”. D. Rafaello Martinelli. Ed. Cléofas e Cultor de Livros.
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