Padre Fábio de Melo se desculpa por ironizar ‘macumba’ durante homília


O padre Fábio de Melo, um dos nomes mais conhecidos da Igreja Católica no Brasil, disse durante uma cerimônia religiosa que comeria o alimento colocado em um despacho, que é um ritual comum nas religiões de matrizes africanas.



“Com todo respeito a quem faz macumba, pode fazer, pode deixar na porta da minha casa que, se estiver fresco, a gente come”, disse o religioso, durante uma celebração em 8 de abril na comunidade católica Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP). (veja no vídeo abaixo, a partir de 00:40)



O sermão foi gravado e disponibilizado no canal oficial da Canção Nova no Youtube, e contabilizava 177 mil visualizações na manhã desta quinta-feira (10). Logo após a fala de Melo, o vídeo mostra pessoas que acompanhavam a cerimônia rindo.



Procurado pelo G1, o padre disse em nota que sempre manifestou publicamente respeito por todas as religiões e que apenas expressou, em uma celebração cristã, convicções cristãs. No texto, Melo também pediu desculpas. “Peço perdão aos que se sentiram ofendidos”, afirmou (leia a íntegra da nota abaixo).

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A assessoria de imprensa da Canção Nova foi procurada por telefone e e-mail por volta das 9h30 , mas não havia respondido até a publicação desta reportagem. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, também foi procurada, mas orientou a procurar a Diocese de Lorena. A diocese foi procurada por telefone e e-mail por volta das 10h, e também não retornou.

O discurso de Melo fazia parte da pregação ‘Crer na autoridade que Deus nos deu’ em que o padre fala sobre ter fé no poder de Cristo através dos homens. Durante o sermão, ele questiona e ironiza os cristãos que têm medo de “macumba”.

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“Você tem o poder de expulsar demônios. E você treme toda quando vê aquela galinha preta na porta da sua casa”, diz. ‘Fizeram uma macumba para mim, eu preciso ir lá no padre Joel'”, diz o padre, imitando uma fiel hipotética.

“Se você achar que uma galinha preta na porta da sua casa com um litro de cachaça e uma farofa de banana tem o poder de trazer destruição na sua casa, na sua vida, você não conhece a força do Cristo ressuscitado”, continua Melo.

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Leia a íntegra da nota do padre Fábio de Melo:

Sempre manifestei publicamente o meu respeito a todas as religiões. O candomblé fez parte da minha origem. Nunca quis ofender ou desmerecer quem quer que seja. Apenas expressei, durante uma celebração cristã, convicções cristãs. Peço perdão aos que se sentiram ofendidos. Eu não sou proprietário da verdade. Eu estou em busca dela. Quero o esclarecimento espiritual que me coloque ao lado de todos. Diferentes e iguais a mim. Somos irmãos e não me sinto melhor que ninguém. Se fui infeliz na forma como expressei o meu não crer, perdoem-me.

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Já fiz um contato com o babalorixá Ivanir dos Santos. Ele foi extremamente gentil comigo. Nosso desejo é esclarecer que tolerância religiosa não significa abrir mão do que cremos ou não cremos, mas conviver harmoniosamente, colaborando na construção de um mundo melhor.

O mundo já está dividido demais para que criemos outras divisões a partir de nós.


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