Nascemos para conhecer, servir e amar a Deus e, por isso, nós podemos
afirmar: “Criaste-nos para Ti, ó Senhor, e o nosso coração está inquieto,
enquanto não descansar em Ti”. (Santo Agostinho). Quando abrimos espaço em
nossas almas para acolhermos a Pessoa de Jesus, nós percebemos que não
podemos viver sem o Amor, não podemos viver sem a presença de Deus no
cotidiano de nossa História.
Na caminhada da vida, nós temos que sentir no íntimo da alma que todo
encontro com Cristo muda nossa existência para melhor. Não somos mais os
mesmos quando somos alcançados pelos raios da graça divina, pois o Senhor
Jesus realiza maravilhas em nossos corações quando nós temos a coragem de
deixar nosso cântaro, os falsos ideais e as utopias de lado. Cada novo
encontro com Jesus é um passo adiante, um passo determinante no nosso
caminho rumo à eternidade, ao céu.
Mas, como sabemos, se não cuidamos, nós corremos o risco de fugir de
Cristo, de fecharmos o ouvido ao Seu chamado, não escutando assim a Sua voz
e a Sua proposta libertadora. Corremos o sério risco de sermos indiferentes
diante de Cristo. Mas isso não é possível, pois, diante de Jesus, nós temos
apenas duas opções: ou aderimos ao Seu amor ou o rejeitamos, ou seja,
precisamos tomar uma postura.
Para não cairmos na tentação de vivermos uma vida sem Deus, é sempre bom
nos questionarmos: quem somos nós diante da Pessoa de Cristo? Somos como a
Virgem Maria e São José, que O acolheram e cuidaram d’Ele com solicitude,
amor, carinho e zelo? Ou somos como Herodes e os fariseus, que queriam
eliminá-Lo? Somos como os Reis Magos e os Pastores, que foram rapidamente
até Ele para adorá-Lo e oferecer-Lhe presentes? Somos como Maria Madalena,
Mateus, a Samaritana, Zaqueu e outros discípulos, que abriram o seu coração
e mudaram de vida, ou somos os soldados romanos que batem em Sua cabeça e
escarram em Seu rosto?
Olhemos para o Cristo: Ele é o Senhor! Ele é o Filho de Deus feito Homem, o
rosto humano de Deus, a revelação infinita da beleza, o Deus misericordioso
que nos atrai a Si pelo caminho do amor. Somente n’Ele, na rocha firme do
Seu amor, nós podemos realizar as nossas aspirações mais sublimes e
encontrar uma resposta adequada às múltiplas interrogações que estão
inscritas em nosso coração.
Quando a nossa história é escrita por Cristo e em Cristo, a nossa profissão
de fé não se limita às palavras, mas é autenticada, testemunhada, com
escolhas e gestos concretos de reciprocidade amorosa, com uma vida
caracterizada pela pertença a Deus que extravasa por meio de gestos de
caridade em benefício do nosso próximo. Por outro lado, quando não
caminhamos na vida trilhando os caminhos de Cristo, ou seja, quando somos
indiferentes ou infiéis a Deus, nós permanecemos seres incompreensíveis e
assim a nossa vida é destituída de sentido, de um autêntico valor e de
credibilidade. Uma vida sem Cristo traz sempre o medo de que a vida termine
em um caixão que não tem gavetas.
O ser humano que quiser compreender a si mesmo, em sua totalidade, deve
aproximar-se de Cristo, sentar ao Seu lado e entabular com Ele um diálogo
fecundo que transformará a sua existência. Nesse diálogo, Cristo poderá lhe
questionar: “E vós, quem dizeis que Eu sou? ”. (Mt 16, 15). Cada um de nós,
individualmente, é chamado a responder, no próprio coração, ao
questionamento de Cristo, deixando-se iluminar pelas luzes que o Espírito
Santo e o Pai nos concedem a fim de conhecermos o Cristo. Inspirados pelo
Divino Espírito, nós teremos acesso à revelação de que o Cristo é a Porta de
acesso ao céu, ao Paraíso, à vida eterna, à feliz ressurreição que comprova
que, n’Ele, a vida venceu a morte e, por isso, a vida não termina em um
caixão, mas no seio acolhedor de Deus.
Neste nosso diálogo com Jesus, na correspondência ao Seu amor, nós podemos
dizer: Senhor, Vós sois o nosso Deus adorado e amado, a razão da nossa
existência, a origem da nossa felicidade, o Alfa e o Ômega, o supremo Bem
que edifica a Verdade, o nosso melhor Amigo, que nos faz companhia em todos
os ambientes quando estamos em estado de graça. Senhor, Vós sois a perfeição
da Beleza que tanto nos atrai. Vós sois Aquele que nos impele a depor as
máscaras que tornam a nossa vida falsa e vazia. Vós sois, Senhor, Aquele que
gera em nós a vontade de seguir um ideal, a fortaleza na luta contra o
pecado e o mal e a coragem de nos empenharmos, com humildade e perseverança,
no nosso aperfeiçoamento. Vós sois, Senhor, o rosto humano de Deus e, ao
mesmo tempo, o rosto divino do Homem.
Caminhar com Cristo, pautar a nossa existência pelas Suas Palavras e
ensinamentos faz uma imensa diferença. Basta ver a felicidade e a alegria
que exalaram dos encontros transformadores que o Cristo realizou no
desenvolvimento de Sua vida pública com Pedro, João, Tiago, André e os
demais Apóstolos que deixaram suas redes no mar, ou abandonaram suas
profissões, para seguir a vocação de pescadores de homens. No encontro com a
pecadora arrependida, o Cristo nos demonstrou que é preciso perdoar,
acolher, dar uma nova chance, sempre repudiando o pecado e acolhendo o
pecador.
Diante de Cristo, o cobrador de impostos Zaqueu, que era de baixa estatura,
tornou-se um gigante na fé, extravasando o verdadeiro arrependimento por
meio de palavras que demonstraram que ele iria devolver aos outros aquilo
que foi cobrado a mais. Naquele dia, Cristo salvou Zaqueu, que estava
perdido no seu pecado. Depois daquele encontro, Zaqueu passou a ser um homem
honesto e bondoso.
A história de Saulo de Tarso é um grande exemplo da transformação que o
Cristo opera em nossas almas. Salmo era um perseguidor do Evangelho, mas
quando, no caminho de Damasco, se encontrou com Jesus, tudo mudou. Diante da
revelação de Deus, o perseguidor passou a ser um propagador da fé, adotando
o nome de Paulo de Tarso. Em todos esses relatos de conversão, nós podemos
verificar que Cristo é o Deus das surpresas e, por isso, é sempre Ele quem
toma a iniciativa de promover novos encontros transformadores.
Contemplando a vida, os ensinamentos e as lições de Cristo, nós devemos
professar: “Deus foi visto em nossa terra convivendo em meio aos homens”.
(Br 3, 28). Sim, Ele nasceu em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes. Até
aos 30 anos, Ele viveu em Nazaré. A partir dos 30 anos, Ele realizou a Sua
vida pública, percorrendo a Palestina, anunciando o Evangelho, perdoando
pecados, realizando curas e revelando o amor infinito do Pai. Por amor a
nós, Ele abraçou a Cruz, percorreu o caminho do Calvário e morreu em
Jerusalém. Três dias depois, Ele ressuscitou para nossa justificação.
“Tarde te amei! ”. Esta é a afirmação de Santo Agostinho em suas
confissões, ao recordar a transformação que Cristo operou em sua vida. Nunca
é tarde para o encontro transformador com Jesus, pois o Dono da vinha
continua saindo pelas ruas da nossa história convidando-nos a trabalhar em
Sua messe. No devido tempo, na hora determinada por Cristo, Paulo,
Agostinho, Camilo, Francisco de Assis, Edith Stein e tantos outros se
deixaram tocar pela docilidade de Deus, que nos fala no silêncio e nos
acolhe em Sua misericórdia, evidenciando que Deus não vê passado. Ao
contrário, Ele age no presente, aquece o nosso hoje e clareia o nosso
futuro.
Os discípulos de Emaús, no Domingo da Ressurreição, se encontraram com um
Peregrino que, por meio da explicação da Palavra e pelo partir do Pão,
aqueceu os seus corações, evidenciando os sinais da ressurreição. “Fica
conosco, Senhor, pois a noite vai caindo e dia está no ocaso”. (Lc 24, 29).
Esta súplica dos discípulos de Emaús é o nosso pedido a Jesus quando as
coisas ao nosso redor parecem unicamente revestidas de sinais de
desesperança, de tristeza e de vazio. Mas, para superarmos as trevas da
noite e enxergarmos os raios luminosos da alvorada, nós temos que escutar o
Cristo nos dizendo: “Na Eucaristia, Eu estarei com vocês até o fim dos
tempos! ”.
“Fica conosco, Senhor!” Esta é a expressão do desejo que palpita no coração
de todo ser humano. Este é o pedido que precisamos apresentar ao Cristo
hoje, amanhã e sempre, com a consciência de que junto d’Ele nós somos mais
que vencedores.
via Jornalista Adivaldo Filho
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