No dia 25 de abril, é celebrada Nossa Senhora da Penha, padroeira do Estado
do Espírito Santo. A festa da Penha, em Vila Velha (ES), tem início
tradicionalmente no domingo de Páscoa e culmina com a festa da padroeira, na
segunda-feira após a oitava de Páscoa. Trata-se, segundo o Convento da
Penha, de uma das maiores e mais antigas festas marianas do Brasil.
A primeira festa da Penha foi promovida pelo fundador do convento da Penha,
frei Pedro Palácios, em 1570, poucos dias antes de morrer. O frade espanhol
encomendou uma imagem de Nossa Senhora das Alegrias, que ainda está no
santuário, e convidou as pessoas para a bênção.
A devoção inicial, segundo o site do Convento, era a Nossa Senhora das
Alegrias, também conhecida como Nossa Senhora dos Prazeres. Porém, “com a
construção da ermida (capela) sobre o penhasco, passou-se a denominar Nossa
Senhora da Penha a imagem do Altar Mor, título proveniente de penhasco
(pedra), referindo-se primitivamente mais ao lugar do que a uma virtude da vida de Nossa Senhora”.
Nossa Senhora da Penha foi proclamada padroeira do Espírito Santo através
da bula papal do papa Urbano VIII, em 23 de março de 1630. Mas, a bula “só
foi confirmada em 26 de janeiro de 1908 após o resultado de um plebiscito
realizado em todas as paróquias do Estado”, sendo o bispo responsável na
época dom Fernando de Souza Monteiro.
Por fim, “a aprovação do Vaticano, após escolha dos fiéis, ocorreu em 27 de
novembro de 1912”, pelo então prefeito da Congregação dos Ritos, cardeal
Sebastiano Martinelli. O cardeal recordou que “desde os tempos mais remotos
os fiéis cristãos da diocese do Espírito Santo acompanham com grande carinho
o exercício da devoção à Santíssima Virgem Mãe de Deus, sob o título popular
— da Penha, cuja imagem, pintada num quadro de madeira, foi primeiramente
exposta à veneração pública no ano de 1558 e, em seguida, colocada no templo
sobre um alto monte (situado à entrada do porto de Vitória), generosamente
construído e dedicado à Imaculada Mãe de Deus, sob o título da Penha da
Cidade da Vitória, que é a sede episcopal da célebre Diocese”.
“Por motivo dessa insigne piedade, como a diocese do Espírito Santo ainda
não gozasse de um celeste patrono, o clero e o povo relembraram o decreto de
Urbano VIII, de 23 de março de 1630, escolhendo a Santíssima Virgem Maria, sob o título da Penha, como sua principal protetora junto a Deus e
apelam, com suplicantes votos, para que o reverendíssimo sr. dom Fernando de
Souza Monteiro, bispo do Espírito Santo, consiga essa confirmação
apostólica, sendo deste modo exposta ao abaixo assinado —cardeal prefeito da
Sagrada Congregação dos Ritos (que), por sua autoridade constituiu e
declarou a Santíssima Virgem Maria, sob o título popular – da Penha,
principal padroeira de toda a diocese do Espírito Santo, no Brasil, com
todos os privilégios e honras atribuídos à mesma padroeira, que competem,
por direito, aos principais patronos”, acrescentou o cardeal
Martinelli.
A imagem de Nossa Senhora da Penha traz consigo as cores rosa, que
representa a humanidade de Maria, e o azul, sua divindade. Suas vestes
inspiraram o então governador do Espírito Santo, Jerônimo Monteiro, a
estabelecer em 1908 as mesmas cores para a bandeira do Estado.
Com o passar dos anos, a festa da Penha começou a atrair cada vez mais
fiéis e hoje já é considerada a maior festa mariana do Espírito Santo e a
terceira maior do Brasil, reunindo cerca de 2,5 milhões de pessoas, como na
última edição de 2019.
O dia de Nossa Senhora da Penha passou a ser feriado em todos os municípios
do Estado do Espírito Santo em 2019, por meio da lei estadual 11.010.
Em 2022, a festa chega à sua 452ª edição, com o tema “Saúde dos Enfermos,
rogai por nós”, trecho da ladainha de Nossa Senhora. Durante todo o dia,
haverá diversas missas e romarias no Convento da Penha.
via ACI
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