Os cristãos são chamados a ter compaixão para com os doentes. O próprio
Cristo enviou seus discípulos para curar os doentes. Desta forma, “faz com
que participem no seu ministério de compaixão e cura”, como explica o
Catecismo da Igreja Católica.
Seguindo os discípulos, os cristãos também são convidados a cumprir esta
missão. Como? «A Igreja recebeu do Senhor esta responsabilidade e procura
cumpri-la tanto pelo cuidado que dá aos enfermos como pela oração de
intercessão com que os acompanha», especifica o Catecismo.
Um convite ao qual foi difícil, senão impossível, responder totalmente
devido às recentes restrições de saúde relacionadas à epidemia de Covid-19.
As medidas drásticas tomadas em hospitais ou asilos não permitem cuidar,
visitar, acompanhar parentes em sofrimento. Traumas consideráveis, que
sublinham a importância da visita aos enfermos a que o Evangelho nos chama:
“Estive doente e visitastes-me” ( Mt 25,36 ), diz Cristo com gratidão.
Porém, nem sempre sabemos como enfrentar essas frágeis existências. «Ir ao
encontro do outro é entrar num processo de humildade e escuta», sublinha o
Pe. Jean-Marie Onfray, chefe do Departamento de Saúde da Conferência dos
Bispos da França.
Madre Teresa e os doentes
Nosso desejo de apaziguar o outro não deve nos fazer esquecer que, como
Moisés diante da sarça ardente, devemos tirar as sandálias e respeitar o
mistério do outro. Um processo de humildade e escuta do qual Santa Teresa de
Calcutá oferece um exemplo vivo. Esta bela oração nos convida a entrar
plenamente nesta atitude:
“Senhor, Médico Supremo que cura e restaura, ajoelho-me diante de vós,
pois de vós vem todo o bem e toda graça.
Vós me escolhestes para vos servir, para vos aliviar e curar através dos
mais pobres, atingidos e diminuídos no corpo, no coração e no espírito.
Deixai-me totalmente ciente do meu privilégio de servir a vós.
Eu imploro, dai à minha mão a habilidade e ternura amorosa, à minha mente
o insight, à minha boca as palavras suaves, ao meu olhar ternura e
benevolência, e ao meu coração todo o amor que vós esperais.
Não olheis o tempo que vou passar sofrendo. Dai-me um compromisso sincero
com o seu serviço e forças para assumir, por vossa causa, uma parte do
fardo de meus irmãos sofredores.
Removei do meu coração todos os escrúpulos e todo o mundanismo para que,
com a fé simples de uma criança, eu possa me apoiar em vós.”
Madre Teresa de Calcutá
via
Aleteia
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