Em mais um capítulo do processo que envolve o ex-reitor da Basílica de
Trindade, padre Robson de Oliveira, o Ministério Público de Goiás comunicou
ao Tribunal de Justiça que “desistiu de desistir” de um recurso que pedia
autorização para avançar nas investigações sobre o caso.
A “desistência da desistência” é assinada pelo promotor Marcelo de Freitas,
foi datada no dia 11 de janeiro deste ano e protocolada no TJ.
No mais recente pedido do Ministério Público, o promotor requer que o
presidente do Tribunal de Justiça, Walter Carlos Lemes, acolha o recurso que
pede a revisão da decisão – tomada pelos desembargadores – que determinou o
trancamento do recurso. Mas, em dezembro, o mesmo Ministério Público havia
desistido do pedido de reconsideração.
A desistência de dezembro aconteceu porque, naquela época, o Ministério
Público conseguiu, com o presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, uma
medida de efeito suspensivo que permitiu à promotoria oferecer denúncia
contra padre Robson na Vara Criminal, da juíza Placidina Pires. Ou seja: na
primeira instância.
O padre e mais mais 17 pessoas se tornaram réus por lavagem de dinheiro,
organização criminosa e apropriação indébita – dos recursos ofertados pelos
fiéis da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe).
Mas este efeito suspensivo durou apenas quatro dias. Caiu em função de um
recurso apresentado pelo advogado do padre, Pedro Paulo Guerra de Medeiros,
ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Goiás, e outro recurso ao
Superior Tribunal de Justiça.
O fim do efeito suspensivo fechou de novo as portas para o Ministério
Público, porque arquivou de vez o processo, a pedido do próprio Ministério
Público. Não restou à promotoria outra saída senão voltar ao Tribunal de
Justiça e pedir, ao presidente Walter Carlos Lemes, que reconsidere e ignore
o pedido de desistência apresentado pelo próprio Ministério Público em
dezembro, para que a discussão seja reaberta no TJ.
O novo pedido, do promotor Marcelo de Freitas, será analisado de forma
monocrática por Walter Lemes.
No mesmo dia em que o Ministério Público apresenta esse pedido de
desistência da desistência, foi “vazado” um áudio em que supostamente o
Padre Robson conversa com sua irmã sobre apagar um HD, como forma de
constranger publicamente o Presidente do TJGO a acolher o pedido do
MPGO.
Em nota enviada pela defesa do Padre Robson, não se manifestará sobre
decisões judiciais, porque tramitam em sigilo. Apenas afirma que referida
gravação divulgada hoje é mais uma montagem entre tantas que vem sendo
feitas pela internet, com programas de edição de áudio e vídeo, sendo
portanto falsa, devendo seus autores serem punidos pela criminosa
montagem.
via
Mais Goiás
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