Justiça autoriza retomada de investigação contra Padre Robson de Oliveira


Defesa do padre diz que não ocorreu qualquer ilegalidade. Operação investiga o suposto desvio de R$ 120 milhões doados por fiéis à associação para a compra de fazendas e casa na praia.


A Justiça autorizou a retomada das investigações em relação à suspeita de desvio de dinheiro da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) que teria sido cometida pelo então presidente da entidade, padre Robson de Oliveira. A defesa do religioso afirma que não ocorreu qualquer ilegalidade na entidade.

A Operação Vendilhões, que cumpriu mandados em agosto deste ano, apura se R$ 120 milhões de doações de fiéis foram usados para comprar bens como fazendas, casa na praia e até um avião. Dinheiro deveria ser usado na construção da nova basílica, que ainda está em fase inicial de obras, em Trindade, na Região Metropolitana da capital.


Em outubro, a Justiça determinou que as investigações fossem interrompidas por entender que não estavam presentes os crimes apontados pelos promotores. Já na última sexta-feira (4), foi expedida a nova decisão, assinada pelo presidente do Tribunal de Justiça, Walter Carlos Lemes, que permite a retomada da apuração.

O sacerdote sempre negou as acusações. Ele se afastou das atividades na Igreja Católica durante a apuração.

Em nota, a defesa de padre Robson afirma que a decisão que reconheceu não haver qualquer ilegalidade na Afipe continua intacta e que essa é a verdade. “A decisão referida apenas faz com que se aguarde a confirmação, pelo STJ, do Habeas Corpus, concedido pelo TJ-GO, nada além disso”, diz o comunicado. Por fim, a defesa afirma que os assuntos internos da associação “são de interesse exclusivo dela e não do MP”.

A Afipe informou, em nota, que "não tem conhecimento formal da decisão", salienta "que a empresa contratada continua com o trabalho [de auditoria] e que um relatório será apresentado no mês de maio de 2021".

Trancamento da ação

A investigação da Operação Vendilhões foi trancada no dia 6 de outubro. No entendimento dos desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás, não houve os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, lavagem de capitais e apropriação indébita.

Porém, no dia 14, o Ministério Público recorreu alegando que não tinha sido ouvido antes da sentença que interrompeu a investigação e desconsiderou novas provas já obtidas. Porém, ao analisar o pedido dos promotores, os desembargadores mantiveram a decisão que interrompia as investigações.

Provas apresentadas pelo MP

No recurso, o MP apresentou depoimentos de cinco pessoas apontadas como "laranjas" do suposto esquema articulado pelo padre Robson para desviar dinheiro.

Uma ex-funcionária da Basílica de Trindade relatou que cedeu seu nome para se tornar sócia de uma rádio vinculada à Afipe e que assinou documentos em branco relacionados a essa questão.

Entre os documentos que foram analisados antes da interrupção da ação está um banco de dados com o nome de 3,8 milhões de pessoas que teriam feito doações à associação.

O nome de uma diarista está na relação como tendo doado mais de R$ 3 milhões. Ela acredita que teve o nome usado indevidamente, pois doava no máximo R$ 20 por vez. 

via G1.
FAÇA SUA DOAÇÃO PARA MANTER ESSA OBRA DE EVANGELIZAÇÃO:

EVANGELIZE COMPARTILHANDO NAS REDES SOCIAIS:

Comentários