Padre Robson de Oliveira faz pronunciamento após investigações na AFIPE


Investigação apura se dinheiro doado foi usado na compra de fazendas e até casa na praia. Afipe movimentou R$ 2 bilhões em dez anos.



O padre Robson de Oliveira Pereira, de 46 anos, investigado por suspeita de usar dinheiro de doações de fiéis para comprar uma casa na praia, fazendas e outros itens de luxo, gravou um vídeo em sua rede social negando qualquer crime. Ele afirmou que se afastou da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), que cuida do Santuário Basílica de Trindade, para colaborar com as investigações do Ministério Público (assista abaixo).



Na sexta-feira (21), o Ministério Público realizou a Operação Vendilhões, que investiga o uso de R$ 120 milhões da associação para comprar diversos imóveis milionários e o uso das doações fora das atividades ligadas à religião. O padre Robson era o reitor da Afipe e pediu o afastamento no mesmo dia.

“Sempre estive e continuo à disposição do Ministério Público. Por isso, esse meu pedido de afastamento vai me permitir colaborar com as apurações da melhor forma e com total transparência para que seja confirmado que toda doação que fazemos ao Pai Eterno - terços rezados, o dinheiro doado, tempo, carinho, trabalho empregado na evangelização - foi toda, repito, toda empregada na própria associação Afipe em favor da evangelização”, disse no vídeo.


Segundo o Ministério Público, a entidade presidida pelo padre recebia cerca de R$ 20 milhões em doações mensalmente e, em dez anos, chegou a movimentar R$ 2 bilhões. O dinheiro seria usado, entre outras finalidades, para a construção da nova Basílica, orçada, inicialmente, em R$ 100 milhões. A construção, que tinha previsão de entrega para 2022 e foi adiada para 2026, ainda está na fase de fundação.

“Meu coração está sereno e confiante de que tudo será esclarecido o mais breve possível. Nesse momento de provação, eu tenho certeza de que essa obra não vai ser abalada, porque Deus é nosso pai e nunca desampara seus filhos”, completou o padre na gravação.

Doações de fiéis

Os promotores apontam que Robson criou "várias associações com nome de fantasia Afipe ou similar, com a mesma finalidade, endereço e nome”. Conforme apurado pelo MP, as filiadas da Afipe também são voltadas para a “evangelização por meio da TV, para obras sociais e para a construção da Nova e Definitiva Casa do Pai Eterno, em Trindade” e que, para esse fim, recebem doações de fiéis de todo o Brasil.

Entre anos de 2016 e 2018, os donativos atingiram um montante de mais de R$ 746 milhões, de acordo com o órgão, que investiga se parte do valor, aproximadamente R$ 120 milhões, foi desviado para empresas e pessoas investigadas no processo.

Investigação no Vaticano

Segundo o secretário de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), Rodney Miranda, dois representantes do Vaticano vieram ao Brasil no ano passado para investigar o alto valor arrecadado pela Afipe e pelo Santuário Basílica de Trindade.

"Dois delegados da Polícia Civil de Goiás foram conversar com eles. No encontro, foi nos passado a preocupação do Vaticano com o volume de recursos circulando na igreja de Trindade, para a suposta construção de uma Basílica, que até hoje não saiu do chão. As suspeitas eram sobre a origem de tais recursos e o desvio de finalidade dos mesmos", explicou Rodney.

Em entrevista à TV Anhanguera neste sábado (22), o secretário mencionou, ainda, que a investigação do MP aponta uma movimentação de R$ 2 bilhões na Afipe. "A Basílica foi orçada em R$ 100 milhões. Com esse valor movimentado, já daria para ter construído 20 basílicas", afirmou.

Em nota, a Arquidiciose de Goiânia informou que "nunca houve qualquer questionamento por parte do Vaticano em face da Afipe ou da pessoa do padre Robson de Oliveira, e se houve algum contato com o secretário de Segurança Pública, não foi com representantes do Vaticano".

Caso de extorsão originou ação

De acordo com o MP, a investigação começou há dois anos, por conta de outra investigação vinculada ao padre Robson. Conforme o apurado, na ocasião, o religioso foi extorquido durante dois meses, em março e abril de 2017, e "utilizou indevidamente recursos provenientes de contas das associações que preside".

Um hacker chegou a ser condenado por extorquir R$ 2 milhões do padre, ameaçando revelar um suposto caso amoroso do religioso. Porém, a polícia apontou que as mensagens usadas para extorquir o padre eram falsas.

De acordo com as investigações, o dinheiro foi repassado por transferências bancárias e entregue em espécie. Os pagamentos eram feitos em quantias de R$ 50 mil a R$ 700 mil. Em alguns casos, o valor era deixado dentro de um carro na porta de um condomínio ou no estacionamento de um shopping da capital. Uma das entregas foi supervisionada pela Polícia Civil a fim de identificar e localizar todos os criminosos. 

via G1
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Comentários

  1. Deus é contigo! Jontos somos mais fortes Que Deus te abençoe padre.

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