Corpus Christi e a oração eucarística mais bela de todos os tempos



1. Eu vos adoro devotamente, ó Divindade escondida, que verdadeiramente oculta-se sob estas aparências, a Vós, meu coração submete-se todo por inteiro, porque, vos contemplando, tudo desfalece.



2.A vista, o tato, o gosto falham com relação a Vós mas, somente em vos ouvir em tudo creio. Creio em tudo aquilo que disse o Filho de Deus, Nada mais verdadeiro que esta Palavra de Verdade.

3.Na cruz, estava oculta somente a vossa Divindade, mas aqui, oculta-se também a vossa Humanidade. Eu, contudo, crendo e professando ambas, peço aquilo que pediu o ladrão arrependido.

4.Não vejo, como Tomé, as vossas chagas entretanto, vos confesso meu Senhor e meu Deus faça que eu sempre creia mais em Vós, em vós esperar e vos amar.

5.Ó memorial da morte do Senhor, pão vivo que dá vida aos homens, faça que minha alma viva de Vós, e que à ela seja sempre doce este saber.

6.Senhor Jesus, bondoso pelicano, lava-me, eu que sou imundo, em teu sangue pois que uma única gota faz salvar todo o mundo e apagar todo pecado. 

7.Ó Jesus, que velado agora vejo peço que se realize aquilo que tanto desejo que eu veja claramente vossa face revelada que eu seja feliz contemplando a vossa glória. 

Amém.

A liturgia da festa de Corpus Christi é repleta de orações extremamente belas tanto pela composição e quanto pela profunda teologia que nelas se encontram.

A história desta festa também é bastante edificante.

No ano de 1263, um padre de nome Pedro de Praga, vacilante sobre a veracidade da transubstanciação, fez uma peregrinação de Praga a Roma, a fim de alcançar uma graça para que esta tentação o deixasse. Foi, então, que o prodígio ocorreu enquanto celebrava a Santa Missa perto donde repousava o corpo de S. Cristina em Bolsena.

Padre Pedro, no momento da consagração, viu gotejar sangue da Hóstia então consagrada e banhar o corporal e os linhos litúrgicos. O sacerdote, impressionado com o acontecimento, vai para Orvieto onde residia o Papa Urbano IV, o qual mandou para Bolsena o bispo Giacomo para verificar o ocorrido e recolher o linho manchado com o Sangue de Cristo.

No ano seguinte, o Papa promulgou a bula “Transiturus” que instaurava para toda a cristandade a Festa do Corpo de Deus na cidade que até então estava infestada de Cátaros – hereges que negavam o Sacramento da Eucaristia. O Papa pediu, então, para Santo Tomás de Aquino compor o ofício de Corpus Christi.

Uma das orações compostas por Santo Tomás foi o belíssimo “Adoro Te Devote”. Esta é sua versão em latim:

1. Adoro te devote, latens Deitas, quae sub his figúris vere látitas tíbi se cor méum tótum súbjicit quia te contémplans tótum déficit.

2. Vísus, táctus, gústus in te fállitur, sed audítu sólo tuto creditur credo quídquid díxit Dei Fílius nil hoc verbo veritátis vérius.

3. In crúce latébat sola Deitas, at hic látet simul et humánitas ambo tamen crédens atque cónfitens, péto quod petívit látro paénitens.

4. Plagas, sicut Thomas, non intúeor déus tamen méum te confíteor fac me tíbi semper magis crédere, in te spem habére, te dilígere.

5. O memoriále mórtis Dómini, pánis vívus vítam praéstans hómini, praésta méae ménti de te vívere, et te ílli semper dulce sápere.

6. Pie pellicáne Jésu Domine, me immundum munda túo sánguine, cújus una stílla sálvum fácere tótum múndum quit ab ómni scélere.

7. Jesu, quem velátum nunc aspício, oro fiat illud quod tam sítio ut te reveláta cérnens fácie, vísu sim beátus túae glóriae. Amem.

via Montfort
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