Renunciar ao espírito do mundo e obras do demônio

imagem de Nossa Senhora pisando na cabeça da serpente

“Sede santos como Vosso Pai do Céu é Santo.” (Mt 5,48).

Para correspondermos a essa vocação primeira, devemos, no cumprimento da Santa Vontade de Deus, chegar à perfeição cristã em todos os nossos pensamentos, palavras e ações. O que o Senhor nos pede não deve contrariar nem entristecer o nosso coração, pelo contrário, como resposta de amor para com Ele, devemos estar imersos num estado de paz, alegria e felicidade, já aqui na terra, em oposição ao espírito do mundo.


O espírito do mundo é uma repugnante concupiscência da carne, que se traduz nos gozos sensuais exacerbados; também, uma avarenta concupiscência dos olhos, que corresponde ao desejo desmedido dos bens desta terra, e por fim, é uma soberba de vida, quando há uma idolatria das honras imerecidas.


O que se torna empecilho à Santificação é o apego às más inclinações e desejos, e também a excessiva dependência de consolações humanas. Para chegarmos a uma vida perfeita, temos que travar uma acirrada luta contra o egoísmo e o mundo, cujo príncipe é o demônio, o homicida desde o começo.

Quando afirmamos que o mundo é um grande obstáculo na vida com Deus, referimo-nos ao mundo guiado pelo espírito do mal, que é contrário ao espírito de Jesus. Analisar a própria vida é essencial para ver se está coerente ou não, com a renúncia que fizemos a Satanás no dia do Batismo, quando, renunciando às suas pompas e a este mundo, propomos firmemente deixar de nos envolver com a soberba do poder e do dinheiro, com modas que pervertem os costumes, vestes, músicas, divertimentos e prazeres ilícitos contrários à lei de Deus.

Já o espírito de Jesus Cristo é de total desapego, opondo-se ao mundo com suas opressões, enganos e roubos para satisfazer as ambições desregradas. Jesus nos convida a segui-LO, trilhando o caminho do humilde aniquilamento da própria vontade.

Para perseverar com a fortaleza necessária, harmonizar o espírito e a carne, reparar as faltas e empenharmo-nos na conversão de todos, é necessário fazermos mortificações; violência a nós mesmos! Renunciando ao mundo e a tudo o que nele seduz, a nós mesmos e às nossas vontades vãs, cultivando uma contínua mortificação através de várias práticas discretas como, por exemplo, na diferenciação de nossas ações e atitudes com a dos mundanos, no nosso pensar, falar e agir, se opondo as condições que são contrárias a Deus e à sua Lei.

Dentro da perspectiva de vida de cada um de nós, precisamos renunciar tudo o que nos pode levar ao pecado, satisfazendo os nossos apetites desordenados tais como: prazeres ilícitos, caprichos orgulhosos, vaidade, cobiça, avareza, comodidades exageradas, impaciência com as contrariedades. E fugindo de todas e quaisquer obras da carne que pertencem ao espírito do mundo, tais como: prostituição, impureza, desonestidade, idolatria, malefícios, inimizades, contendas, ciúmes, iras, rixas, discórdia, invejas, embriaguez, orgias, etc. Essas são contrárias ao espírito de Jesus que é caridade, alegria, bondade, temperança, etc.; ou seja, devemos corresponder ao apelo de Nossa Senhora, em Fátima, que nos diz para não ofendermos mais Jesus, que já está muito ofendido.

O mundo nos inculca ser impossível viver a pureza, ostentando ambientes cada vez mais contaminados com estímulos à promiscuidade, nos divertimentos, exposições artísticas, meios de comunicação, etc. Não se preocupa em sofrer, busca o que é cômodo; mas o espírito de Jesus motiva-nos ao contrário, compele-nos a não nos resguardarmos na tranqüilidade e na fama à custa de práticas ilícitas como a fraude, a calúnia, a opressão, etc., e sim, nos impulsiona a termos disposição para as perseguições, sendo obedientes às leis de Deus, sem qualquer respeito humano.

“Bem-aventurados sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo gênero de calúnias contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa nos Céus; porque também assim perseguiram os profetas que vos precederam.” (Mt 5, 11-12).

Só negam a eternidade celeste aqueles que não querem travar árduas lutas contra o pecado, como bem nos assevera Nosso Senhor: “Entrem pela porta estreita, porque é larga a porta e espaçoso o caminho que levam para a perdição…” (Mt 7,13).

O mundo cristão está numa grande desordem, isso porque se generalizou o esquecimento dos votos e promessas expressos no Batismo, e em conseqüência, deixou-se de amar e respeitar a Deus e seus mandamentos. A fé suplicada por nós, através dos nossos pais e padrinhos, se tornará operosa quando os preceitos do Senhor forem cumpridos; preceitos esses, que possuem íntima relação com os compromissos de filhos de Deus, expressos também pela renúncia a satanás, às suas pompas e às suas obras. Se faz urgente rejeitar o espírito do mundo, orientando-nos pelo espírito de Jesus Cristo, odiando o século com suas máximas e modas, que são totalmente contrárias aos ensinamentos do Senhor e da Sua Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Precisamos respeitar os preceitos de nossa fé com fidelidade, que consiste em escutar, acreditar e obedecer às leis e doutrinas da Igreja de Cristo.

“O ensinamento da Santa Igreja afirma a existência do Inferno. As almas que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente após a morte aos infernos onde sofrem as penas do Inferno, o fogo eterno. A pena principal do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e as quais espera.” (C.I.C 1035).

É muito importante a meditação sobre o inferno a fim de o evitarmos e apresentarmos horror ao pecado e ao espírito do mundo.

Após a morte, a alma do condenado atira-se ao encontro de Deus, o único capaz de lhe conceder a felicidade almejada. O estado de pecado em que se encontra, no entanto, impossibilita-a de alcançá-LO, visto que, livremente e conscientemente, desprezou em vida todas as graças que o Senhor fez cair sobre ela, até mesmo a devoção a Maria Santíssima que a conduziria à conversão.

No inferno, o fogo há de causar grande tormento, e de forma particular, o homem será severamente castigado pelas faltas ou pecados que mais praticou. Mas em tudo isso o tormento maior é a ausência do amor de Deus! Neste mundo temos muito que cuidar. Devemos condoer-nos dos pecados já cometidos e vigiar para não cometer outros, nem que para isso, seja necessário padecermos imensamente na terra.

“Em todas as tuas ações, em todos os teus pensamentos, deverias comportar-te como se tivesses de morrer hoje. Se tua consciência estivesse tranquila, não terias muito medo da morte. Seria melhor evitar o pecado que fugir da morte. Se não estás preparado hoje, como o estarás amanhã?” (Imitação de Cristo I, 23,1)

“Enquanto vivemos na terra, somos peregrinos a caminho do céu, se seguirmos pela via que Deus nos marcou. Isto é o mais importante na nossa vida: portarmo-nos de modo que, ao partirmos deste mundo, e no fim dos tempos, mereçamos ouvir dos lábios de Jesus Cristo aquelas palavras consoladoras: Vinde, benditos do Meu Pai, recebei em herança o reino que vos está preparado desde a criação do Mundo.” (Mt, 25,34b) / (Irmã Lucia, apelos da mensagem de Fátima).

Somos ambiciosos em conservar a vida aqui na terra, e pouco nos preocupamos com a conquista da eternidade; sendo esta que perdurará para sempre, e que vale todos os nossos esforços.

E depois da morte, o que nos acontecerá? Será que merecemos a vida eterna?


Fonte: Exercícios Espirituais para a Total Consagração a Jesus por Maria edt. Opus Coris Mariae, págs. 19 à 67.

Vídeos: Padre Paulo Ricardo / ESCOLA DO CARMELO – Frei Claudiano.

via Rainha dos Céus.
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