Dois homens dos quais o evangelista Lucas afirma o parentesco e o
encontro: João filho de Isabel, a estéril, Jesus filho de Maria, a virgem de
Nazaré. Ainda no ventre de suas mães, os dois se encontram e acontece um
pentecostes: João salta de alegria no ventre de sua mãe e Jesus leva Maria a
prorromper no canto do Magnificat-A minh’alma engrandece o Senhor,
o hino dos humildes (cfr. Lc 1,39-56). Maria, a Mãe do Redentor correu a ajudar
Isabel: a presença de Jesus em seu seio arrebata ao serviço, pois o encontro
com Jesus torna extrovertida nossa vida introvertida e nos conduz ao próximo.
João Batista é o
profeta que fala no deserto, preparando os caminhos do Senhor. Jesus é o Senhor
e Mestre que no silêncio e na humildade anuncia o Reino. Muito significativos
os anúncios feitos pelo arcanjo Gabriel sobre o nascimento dos dois: o anjo anuncia
a Zacarias (Lc 1,5-25) e a Maria (Lc 1,26-38). O papa Bento XVI, em seu
terceiro volume sobre Jesus intitulado “A infância de Jesus” propõe um belo
confronto: de um lado o Sacerdote, o Templo, a liturgia; de outro lado, uma
jovem desconhecida, uma pequena cidade, uma casa particular.
O Antigo Testamento
leva à solenidade litúrgica do incenso oferecido no Templo de Jerusalém e o
Novo Testamento conduz à simplicidade, ao silêncio, ao grão de trigo lançado ao
solo. Zacarias simboliza o poder sacerdotal, Maria é o símbolo do não-poder, do
serviço humilde. Gabriel dirige-se ao Templo para o anúncio a Zacarias e
dirige-se à humilde casa de Nazaré para o anúncio a Maria.
A liturgia do
Templo revela o poder da classe sacerdotal; a liturgia da Nova Aliança transforma
a liturgia em serviço, em pequenez, onde os poderosos são derrubados, os
humildes são elevados. Mas, existe uma unidade intrínseca entre Zacarias e
Isabel e Maria: a vida nasce da impossibilidade humana: um casal idoso,
estéril, uma virgem que não conhece homem. Deus irrompe na história fazendo
brotar a vida nova que é graça e que produz, em quem a aceita, a fecundidade de
gerar novas vidas através do serviço aos pobres. A Bíblia narra diversos
nascimentos inexplicáveis aos olhos humanos mas que revelam o poder do Deus da
vida.
Ao ouvir o anjo,
Zacarias duvida, pede uma prova, a certeza de que gerará um filho. Ao ouvir o
anjo, Maria pergunta como Deus agirá e logo entra no plano divino, sem medir
conseqüências nem pedir provas: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim
segundo a tua palavra”. Por ter duvidado, Zacarias ficou mudo até o nascimento
de João e Maria foi às montanhas da Judéia servir a Isabel. Ao nascer-lhe o
filho, Zacarias prorrompe no hino Bendito seja o Senhor, Deus de
Israel, que a seu povo visitou e libertou.
João Batista
torna-se profeta de renome, respeitado pelas autoridades, por Herodes, cria um
movimento religioso conhecido como dos batistas. E Jesus, o pobrezinho, durante
30 anos mergulha na insignificância de Nazaré, no silêncio da oficina de José e
da casa de Maria. Quando fala, riem dele: “Não é esse o filho do carpinteiro?”.
Ele, porém, não se impressiona: é o poderoso, o todo-poderoso, mas detém um
poder que é amor, acolhida, reconciliação. Humildes e importantes vão ao deserto
ouvir João. A Jesus procuram os doentes, aleijados, os famintos, os pecadores,
gente sem eira nem beira. Somente quem dá o passo do silêncio, da oferta da
vida é capaz de reconhecer quem é Jesus.
Jesus apresenta
João como o maior entre os nascidos de mulher; João apresenta Jesus como o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. João anuncia a salvação, Jesus é a
Salvação. O nome “João” significa Deus tem compaixão; o nome “Jesus” quer dizer
Deus salva. Ambos nos oferecem o caminho da reconciliação com Deus e nos fazem
ouvir o canto dos anjos a anunciar “glória a Deus e paz na terra”. Um
encaminha, o outro é a luz sem ocaso.
Padre José Artulino Besen
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Adorei seu Blog Parabéns. Essa História de zacarias maria e joão Batista muito linda.
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