“Como a falta de um só acarretou condenação para todos os seres humanos, assim a justiça de um só trouxe para todos a justificação que dá a vida” (Rm 5,19).
Como Adão apagou a vida divina em sua alma e nas de seus descendentes, assim Cristo veio para restaurar aquela vida divina e nos habilitar a partilhá-la. Muitos de nós recebemos a vida divina quando éramos crianças, através do sacramento do Batismo.
O Batismo apaga em nós a mancha do pecado original, mas a concupiscência permanece. Nossos instintos e paixões, ambos bons em si mesmos, estão em desordem dentro de nós, e isso não é bom.
A concupiscência se perpetua por si mesma, e isso nos puxa para baixo. Achamos as criaturas atraentes, porque Deus as fez assim, como exemplos de Sua glória, a fim de nos levar a agradecer-Lhe, louvá-Lo e amá-Lo ainda mais. Mas, nós temos a tendência de retornar e fazer destas criaturas os objetos últimos do nosso desejo – ainda que seja nosso cônjuge ou um amigo, o chocolate ou o álcool, livros ou carros. Quanto mais nos entregamos às nossas paixões e desejos, mais eles tomam conta de nós, e aumentam em nós a nossa dependência deles. Quanto mais precisamos desses bens criados, menos sentimos necessidade de Deus – mesmo que tenha sido Ele quem nos deu tudo isso!
A concupiscência nos torna vulneráveis e frágeis na tentação. Somos tentados pelas coisas do mundo devido à nossa concupiscência.
Mas só porque nos entretemos com pensamentos errados, isto não quer dizer que somos culpados. Não, até que nós permitamos que esses pensamentos comecem a nos entreter e a nos levar a cometer um pecado real em nosso interior – e, se não nos arrependermos logo – em breve, o cometeremos na realidade, ou seja, no exterior.
A fim de eliminar os efeitos da concupiscência, primeiramente, é preciso saber quais são. A Tradição nos apresenta três:
1. Nossos intelectos ficam obscurecidos
A faculdade da razão, agora, se volta na direção do nosso corpo. É somente com a graça de Deus, a verdade revelada e o nosso esforço próprio que conseguimos refletir sobre as coisas que se passam conosco, com nosso corpo.
2. Nossas vontades ficam enfraquecidas
A vontade só pode desejar o bem. Mas a vontade age segundo os dados fornecidos pelo intelecto, que, agora, está obscurecido. Assim, muitas vezes, nossa vontade é mal direcionada – não com relação a Deus como nosso fim último, mas relativamente às criaturas como nosso fim imediato.
A vontade ainda escolhe coisas boas; mas escolhe bens inferiores, bens aparentes. Ninguém escolhe o mal pelo mal, mesmo uma pessoa que comete um suicídio ou um assassinato. Hitler pensava que estava praticando o bem ao querer livrar o mundo dos judeus, dos ciganos e dos padres católicos. É desta maneira que a natureza humana distorcida pode se transformar, uma vez que a concupiscência permite total liberdade no agir.
3. Nossos apetites ficam desordenados
Nosso desejo por comida, sono, intimidade sexual – todos são bens em si mesmos, quando estão ordenados para Deus, como foram criados para ser. Mas, por causa da concupiscência, eles ficaram desordenados; e, assim, nossos corpos têm uma tendência a nos arrastar para baixo pela gula, preguiça, luxúria e outros pecados habituais.
No livro “Senhor, tende piedade” você poderá entender melhor sobre os estragos da concupiscência. O intelecto fica obscurecido, e por isso não alimenta a vontade. Desse jeito, a vontade fica ainda mais enfraquecida. Finalmente, os desejos da carne se tornam desordenados, porque não é mais a alma que governa o corpo como deveria ser.
via Cléofas
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