Padre diz que crianças choram por comida e água na fronteira entre Brasil e Venezuela


Em uma missão pela paz, o padre piauiense José Vicente relatou os momentos vividos na fronteira da Venezuela com o Brasil. Ele comentou que as crianças venezuelanas chegam a chorar por água e comida. A situação está um caos. Em alguns momentos, elas choram por receber a comida e a água, em outros pela falta deles. 


Ele contou ao Jornal do Piauí que o grupo em que faz parte (5 sacerdotes e 28 missioneiros) foram impedidos de entrar na Venezuela. Eles estão em Boa Vista, no Estado de Roraima, onde muitos venezuelanos buscam abrigos. O padre reforçou que muitos brasileiros residentes na cidade ajudam os imigrantes, que dormem em redes armadas em praças e espalhados pelas ruas. 



Mesmo impedidos de entrar na Venezuela, o padre conta que refeições estão sendo doadas ao venezuelanos que conseguiram atravessar a fronteira. O bloqueio entre as fronteiras ocorre desde o dia 21 de janeiro. A medida foi uma determinação do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. A anúncio aconteceu em meio à pressão para que ele permitisse a ajuda humanitária oferecida pelos Estados Unidos e por países vizinhos. 



"Nós encontramos uma faixa de 400 (venezuelanos) e nós levamos alimentos para eles. Saciar a fome deles. Ao receber esse pão, essa criança ficou chorando e perguntava se poderia pegar. Porque eles não são acostumados de receber assim, eles ficavam com medo. E ela ficou chorando porque ali ela saberia que iria acabar a sua fome. Também aparece uma criança com a marmita. Não somente eles, muitos choram", diz o padre, natural de Ipiranga do Piauí. 

"Uma criança me pediu água, eu tinha água, muito água, mas fui impedido de dar àquela criança. A criança ficou chorando. Eu passei a noite toda de coração partido", lamenta o padre. Já os adultos venezuelanos chegam a brigar pelos mantimentos que chegam na fronteira. 

"Nós não temos acesso justamente porque o Maduro impediu a ajuda humanitária. Nós fomos conversar com o comandante do Exército de lá, e depois conversamos com o Maduro, só que ele disse que não tinha acordo. Um dos ônibus que passou, com remédio e alimentação, foi incendiado".

O grupo faz celebrações diante da fronteira. "A partir da Santa Eucaristia e adoração ao Santíssimo. Há um grupo da adoração carismática Aliança de Misericórdia. Muitos não são católicos, mas eles sentem a necessidade de ouvir a palavra de Deus", acrescenta. 

O padre afirma que o grupo permanecerá em Boa Vista aguardando a aceitação de Maduro pela ajuda humanitária. 

"Nós vamos esperar mais e vê se amadurece o coração do Maduro. Nós estamos aqui, fazendo esse trabalho, essa missão de Paz, esperando exatamente essa abertura para que nós possamos entrar e levar essa alimentação. Nós já estamos distribuindo algumas alimentações feitas, como almoço e janta, para os que estão nas ruas, que são muitos, do lado brasileiro. Nós estamos convivendo com esse caos de perto. Vivenciando o sofrimento desse povo por causa de uma pessoa que não tem Deus no coração".

Carlienne Carpaso
carliene@cidadeverde.com

via Cidade Verde

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