Jogador que sobreviveu ao incêndio no CT do Flamengo, diz ter sentido algo ruim antes da tragedia


"Foi um baque, mesmo assim, não acreditei na hora. O sentimento é horroroso, muito triste." O depoimento é de Valquiria Aparecida da Cruz Messias, mãe de Pablo Ruan Messias Cardoso, 16 anos, que sobreviveu à tragédia no centro de treinamentos do Flamengo, o Ninho do Urubu, em Vargem Grande, Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (8). 


Pablo Ruan é londrinense, filho do meio entre três irmãos e vive na zona leste de Londrina com a família. Ele passou em teste no Flamengo em 2018 e retornou para o time carioca no domingo (3) em preparação para a atual temporada. Pertence à equipe sub-16 e comemorou aniversário em 1º de fevereiro. O adolescente dormia junto com os colegas no momento em que as chamas se alastraram. 


"Recebi a informação do que aconteceu às 8 horas. Minha mãe e uma amiga vieram em casa e falaram sobre o incêndio. Fiquei preocupada e na hora liguei para a psicóloga do Flamengo, que me acalmou e disse que o Pablo estava bem. Um amigo teria falado sobre a fumaça, com ele acordando. Conseguiu sair por uma janela e sofreu apenas arranhões. Fico muito sentida pelas perdas dos meninos, pois eram amigos deles", lamentou. 

A mãe conseguiu falar com o adolescente por telefone no início da tarde desta sexta. Ele retornará para Londrina neste fim de semana. "Foi rápido, não deu para falar muita coisa e nem perguntar como foi ao certo. Na hora, comecei a chorar e agradecer a Deus. Ele é alto, tem 1m85, está com uma tala no pé pois sofreu lesão nesta semana. É um milagre", emocionou-se. "Ele perdeu roupas, celular, porém, salvou a vida, que é o mais importante", completou. 

Segundo Valquiria Messias, o atleta está muito abalado e relatou que não quer mais ficar no Rio de Janeiro. "Estávamos nos organizando para ir para Portugal e ele ficaria no Rio. Porém, adiantou que quer ir embora comigo. Mas é algo de momento, está mexido psicologicamente. Vamos esperar ele chegar, conversar. Não vamos forçá-lo a nada e respeitaremos sua decisão, seja qual for", ponderou, classificando-o como um garoto alegre, calmo e brincalhão. 

O atleta londrinense, que joga na posição de atacante, é formado pela Portuguesa Londrinense, onde esteve dos nove anos de idade até o ano passado, quando conseguiu ser aprovado pelo Flamengo. "Ele estava indo para o São Paulo, porém, surgiu a proposta de fazer teste no Flamengo em agosto e ele passou. Foi para lá pouco tempo depois, voltou para casa em novembro para as férias e tinha ido para o Rio de Janeiro no último domingo. Ele sempre 'correu' atrás da bola e é flamenguista. Então, quando teve a oportunidade de ir para o Fla, disse que ia seguir o sonho dele, que é jogar no Maracanã." 

De acordo com Valquiria, antes de voltar para o Rio de Janeiro, Pablo confidenciou sobre um sentimento ruim que carregava. "Fizemos uma festa no sábado (2) para comemorar o aniversário dele. Ele me disse que estava sentindo algo ruim e falei que era por conta de ter ficado um tempo conosco, se acostumado aqui. É inexplicável", apontou. Consternada com as perdas, mas feliz por saber que o filho está vivo e bem, só quer encontrá-lo novamente para dar um longo abraço. "Eu o amo muito", resumiu.


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