Conheça as duas empresas aéreas nas quais a fé dita regras de voo


Em geral, manter um avião parado é sinônimo de prejuízo para qualquer companhia aérea comercial: afinal, quanto mais o avião transportar passageiros, mais receita ele gera e, portanto, mais equilibradas (ou menos desequilibradas) ficam as contas da companhia.




Por isso é tão surpreendente saber que uma empresa de aviação escolha deixar toda a sua frota parada durante um dia inteiro, todas as semanas, de sexta para sábado – e mais surpreendente ainda, num mundo tão secularizado, é saber que a causa dessa decisão é eminentemente religiosa.



El Al e a fé judaica

A israelense El Al exerce essa prática devido ao shabat, o sábado judaico, iniciado ao pôr-do-sol da sexta-feira e encerrado ao pôr-do-sol do dia seguinte. Trata-se do dia sagrado de descanso semanal no judaísmo, em evocação do sétimo dia mencionado no livro do Gênesis: aquele em que, depois dos seis dias da Criação, até mesmo Deus repousou. Embora o exato momento de início e final do shabat sofra variação de semana para semana e de lugar para lugar, conforme o horário do pôr-do-sol, o fato é que, ao longo desse período, os judeus são chamados a se absterem de todo tipo de trabalho e a se dedicarem somente às coisas de Deus e ao descanso, de preferência em família.

É por isso que até mesmo voar é entendido como não permitido aos bons judeus durante o shabat.

Essa pausa nos voos é levada tão a sério pela El Al que a empresa já chegou a cancelar ou alterar voos com destino a Israel em ocasiões nas quais atrasos na saída fariam com que a aeronave só chegasse a Tel Aviv depois do pôr-do-sol da sexta-feira. Em um desses casos, um voo que partiu de Nova Iorque fez um pouso de emergência em Atenas, por solicitação dos passageiros, a fim de não continuar voando após o início do shabat.

Judah 1 e a fé cristã

Enquanto a El Al demonstra que é possível harmonizar a necessidade de lucro com o respeito por valores de fé em aparente contradição com esse mesmo lucro, outra companhia aérea, do lado de cá do Atlântico, tem na fé a sua própria razão de existência: é a companhia cristã Judah 1, sediada em Denison, no Texas. Criada em 2011 como operadora privada de voos para transportar grupos de missionários, além de alimentos e medicamentos para áreas vulneráveis, ela se tornou oficialmente uma companhia aérea em 12 de dezembro de 2018, dia de Nossa Senhora de Guadalupe.

No entanto, a Judah 1 não vende passagens para o público geral: os seus passageiros padrão são os missionários. O site da empresa explica:

“Estamos a serviço de pessoas cristãs com mentalidade missionária, de todas as denominações, que viajam a territórios de missão no mundo todo”.

A empresa, aliás, prefere ser chamada de “ministério de aviação sem fins lucrativos”. Com seu lema “As suas mãos, o amor de Deus, as nossas asas”, ela conta com 3 aviões e quer chegar a 20 em até 5 anos.

Everett Aaron, o fundador, ressalta que a Judah 1 não cobra taxas de bagagem e transporta as cargas na mesma aeronave que o respectivo dono ou responsável. O objetivo é resolver um velho problema dos missionários: cerca da metade deles acaba sem a carga quando ela é enviada por contêiner, o que ocorre por motivos que vão do extravio à retenção em alfândegas, passando, infelizmente, pelo roubo:

“Até bíblias! Descobri que um dos maiores mercados negros do mundo é o de bíblias. As pessoas as roubam e vendem”.

Além do caráter missionário, a Judah 1 também tem foco humanitário.Em parceria com a Make-A-Wish Foundation, ela disponibiliza aviões para realizar os sonhos de crianças com doenças terminais. Já por meio de uma aliança com a ONG Kids Against Hunger, ela envia doações de alimentos para mais de 60 países afetados pela má nutrição. A empresa também transporta médicos, medicamentos e alimentos até áreas vulneráveis da Nicarágua e se destacou ao fazer o mesmo nas regiões do Texas atingidas por intensas tempestades e inundações em anos recentes.

via Aleteia


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