A doença nos mostra o quanto somos limitados. A busca da saúde e a preocupação com a dignidade da assistência fazem parte do nosso próprio instinto. Diante de tantas circunstâncias e situações, a Pastoral dos Enfermos é uma presença da Igreja em todos os âmbitos ligados a esta situação.
É o anúncio de que Deus está presente em nossa vida, de maneira especial nesse momento de fragilidade em que aprendemos a trabalhar de um outro modo e a ser mais contemplativo, além do esforço de arrancar o mal pela raiz. É o que celebramos na Unção dos Enfermos. Pela sagrada Unção dos Enfermos e pela oração dos presbíteros, a Igreja toda entrega os doentes aos cuidados do Senhor sofredor e glorificado, para que os alivie e salve. Exorta os mesmos a que livremente se associem à paixão e à morte de Cristo, e contribuam para o bem do povo de Deus.
O Sacramento da Unção dos Enfermos, que podemos receber mais de uma vez quando passamos por doenças graves que necessitam de cuidados, é essa presença de fé e esperança nesse momento da vida. Costuma-se, na celebração, o padre dar ao doente o Sacramento da Confissão, com o propósito de o doente também arrepender-se de seus pecados e viver esse momento na graça de Deus.
Um importante requisito para a realização do Sacramento é a vontade do doente em querer recebê-lo. A família pode aconselhá-lo, chamar o padre a casa dele e propor o Sacramento, mas sem impô-lo ao doente. Recebido com fé, o Sacramento dará muitos frutos e graças.
Jesus sempre teve um grande carinho pelos doentes. Quando os judeus os desprezavam, porque consideravam a doença um castigo de Deus, Ele os acolhia com amor e os curava. “E passando, Jesus viu um cego de nascença. Os seus discípulos perguntaram-lhe: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: nem ele nem seus pais, mas foi para se manifestarem nele as obras de Deus” (Jo 9, 1-3).
Jesus quis que aqueles que o acompanhavam continuassem sua missão, por isso deu a seus discípulos o dom da cura. “Então os discípulos partiram e pregaram para que as pessoas se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo” (Mc 6, 12s). O Senhor ressuscita e renova este envio e confirma, através de sinais realizados pela Igreja, ao invocar seu nome: “Quando colocarem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados” (Mt 16, 18).
Dom Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
via Comunidade Shalom
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