Diocese de Campanha/MG publica 9 orientações doutrinais para o eleitor católico


Nas palavras do Papa Francisco, "o voto é uma das mais elevadas formas de caridade!"



Mediante a sua Pastoral da Comunicação, a página da Diocese da Campanha (MG) no Facebook publicou um texto com orientações aos eleitores brasileiros baseadas em diretrizes e conceitos da doutrina católica.



Eis os 9 pontos que são destacados pelo texto, bem como os textos de referência para aqueles que desejarem saber mais:

O voto católico

Nas palavras de Sua Santidade, o Papa Francisco, “o voto é uma das mais elevadas formas de caridade!“. Como então um bom católico deve pautar o seu voto para que, além de proporcionar o bem comum, ele possa honrar a Deus como cidadão de um Estado Democrático? Algumas dicas que podem ajudar a votar são:

1. NÃO AO ABORTO

Um católico não deve, em hipótese nenhuma, apoiar um candidato a favor do aborto. A Igreja Católica defende a vida desde a concepção até a morte natural. Qualquer candidato declaradamente favorável ou que aceite a possibilidade do aborto provocado, sejam quais forem as circunstâncias, deve ser excluído da nossa intenção de voto.

Referências:
CIC 2272, 2270, 2272, 2273 e 2274.
Link para consulta aqui.

2. O ESTADO DEMOCRÁTICO

A Igreja crê no papel do Estado como mediador social, não aceitando qualquer postura totalitária do governo. O católico deve se opor à possibilidade de um Estado que doutrine, política ou ideologicamente, qualquer indivíduo. O Estado não é Deus: ele deve servir ao povo e não torná-lo dependente de suas políticas e/ou ideologias.

Referências:
CIC 1904, 1910, 1183, 2372, 2499 e 2113.
Link para consulta aqui.

3. O PERIGO DAS IDEOLOGIAS

A Igreja Católica é contra ideologias de teor marxista: deve ser excluída a possibilidade de apoio aos candidatos que defendam qualquer aproximação ao comunismo, assim como ao socialismo alicerçado nessas ideologias já explicitamente rechaçadas pela fé católica. A adesão a tais ideologias acarreta a excomunhão nos termos do decreto promulgado pelo Papa Pio XII contra o comunismo. Ao mesmo tempo, no tocante ao capitalismo, a Igreja rejeita o individualismo e o primado absoluto da lei do mercado sobre o trabalho humano. A regulamentação da economia exclusivamente por meio do planejamento centralizado perverte na base os vínculos sociais; sua regulamentação unicamente pela lei do mercado vai contra a justiça social, pois há muitas necessidades humanas que não podem ser atendidas pelo mercado. É preciso preconizar uma regulamentação racional do mercado e das iniciativas econômicas de acordo com uma justa hierarquia dos valores e em vista do bem comum.

CIC 2245 e 2424
Decretum Contra Communismum – Pio XII
Divinis Redemptoris – Pio XI

4. A IDEOLOGIA DE GÊNERO

Toda ideologia que negue ou deturpe a estrutura-base da sociedade, que é a família natural, deve ser rechaçada pelo católico. Assim, qualquer candidato que apoie a ideologia de gênero e seus conceitos pseudocientíficos está em discordância da Igreja.

JOÃO PAULO II, Discurso ao Corpo Diplomático (12 de Janeiro de 2004)
CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ, Nota Doutrinal sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política (24 de Novembro de 2002)
Nota Pastoral sobre o perigo da Ideologia de Gênero no Plano Municipal de Educação
5. A LIBERDADE

A Igreja luta pela liberdade de pensamento e expressão e pela liberdade religiosa. Não deve ter o nosso apoio nenhum candidato que se mostre a favor de controle estatal do que se possa ou não se possa pensar, dizer e professar. Ao mesmo tempo, o exercício da liberdade não implica o direito de tudo dizer e tudo fazer: é errôneo pretender que “o homem, sujeito da liberdade, se baste a si mesmo, tendo por fim a satisfação do seu interesse próprio no gozo dos bens terrenos” (CIC 1740). Por fim, devem-se garantir as condições de ordem econômica, social, política e cultural para um justo exercício da liberdade.

CIC 2223, 1731, 2211, 2304, 2498, 2245, 1907, 2107, 2108, 2109.
Link para consulta aqui.

6. A CORRUPÇÃO

Reconhecemos na política um papel de serviço ao próximo, não aceitando, portanto, candidatos envolvidos com qualquer forma de corrupção ou uso do povo para os interesses de grupos ou indivíduos. A verdadeira política consiste na desinteressada prestação de serviços que tenham como objetivo o bem comum.

CIC 2534, 2409,
CNBB Dia Mundial de Combate à Corrupção: só uma nova educação pode vencer esta prática no Brasil. Link aqui.

7. O ESTADO LAICO

O Estado laico é uma ferramenta da liberdade religiosa: ao aplicá-la, o Estado respeita a confissão e a crença dos cidadãos e inclusive age em parceria com entidades religiosas que visem o bem comum. Deve-se prestar atenção aos candidatos que usam da fé como bandeira política, mas, na realidade, agem contra os valores cristãos, éticos e morais no exercício de funções públicas, anteriores ou posteriores às eleições. É necessário, ainda, compreender que Estado laico não significa Estado laicista: enquanto aquele se refere à neutralidade do Estado no tocante às religiões, este significa um Estado inimigo delas. O Estado brasileiro é laico, mas o povo é majoritariamente cristão: portanto, os valores cristãos precisam ser respeitados pelo Estado.

CIC 1907, 2107, 2108 e 2109.
Link para consulta aqui.

8. A SEGURANÇA

A dignidade da vida humana é um ensinamento básico da Igreja: todo ser humano deve dispor das condições para viver em paz durante toda a vida. A Igreja espera do Estado a garantia da segurança para que as famílias possam viver em paz e liberdade. No tocante ao infrator, espera-se em justiça uma pena adequada à infração, uma digna reinserção na sociedade após o seu cumprimento e possibilidades de reconstrução da vida para todo aquele que se arrepende das suas faltas, a exemplo do que é oferecido por Cristo no Sacramento da Reconciliação.

CIC 364, 2268, 2269, 2271, 2264, 2304, 2267, 2263,2264, 2265.

9. A PROTEÇÃO À FAMÍLIA

Um meio social saudável depende da saúde da sua célula fundamental: a família natural. A Igreja espera que o Estado garanta o respeito aos valores cristãos que construíram a sociedade ocidental, com especial dedicação à proteção da família. O candidato que proponha qualquer projeto ou ideologia contrária à família não deve contar com o voto católico.

CIC 2202, 2209, 2210 e 2211.
Link para consulta aqui.

O Estado é chamado a garantir a dignidade para todo o povo, independentemente de crenças, e a lutar pelo desenvolvimento sem agredir a criação. A Igreja espera dele, ainda, o respeito aos valores cristãos de modo a não colocar em risco o projeto de salvação que o Senhor tem para cada um.

PASTORAL DA COMUNICAÇÃO
DIOCESE DA CAMPANHA

Para estudo aprofundado dos temas tratados:
Carta Encíclica Humanae Vitae, disponível aqui.
Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé “Declaração sobre o Aborto Provocado”. Disponível aqui.
Constituição Pastoral Gaudium Et Spes, sobre a Igreja no mundo atual, disponível aqui.
Catecismo da Igreja Católica 2032, 2037, 2270, 2271, 2272, 2274 e 2322, disponível aqui.
Declaração Dignitatis Humanae, disponível aqui.
Exortação Apostólica Christifideles Laici, disponível aqui.
“Decretum Contra Communismum“, disponível em em MONTFORT Associação Cultural – aqui.
Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 49-55; 60-71; 189-191; 238-243; 377-427, disponível aqui.
Constituição Lumen Gentium, disponível aqui.
Carta Encíclica Divinis Redemptoris, disponível aqui.
Artigo “Os Cinco Mandamentos da Ideologia de Gênero”, disponível aqui.
Carta Encíclica Spe Salvi, disponível aqui.

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A partir de texto publicado pela Pastoral da Comunicação da Diocese da Campanha, MG, em sua página no Facebook.

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