Foi um milagre? Avião com 103 a bordo cai no México e todos sobrevivem


O mundo recebeu com alívio e assombro a notícia quase inacreditável de que todos, simplesmente todos, sobreviveram.



O fato



Caiu nesta terça-feira em Durango, no México, logo após a decolagem rumo à capital do país, uma aeronave Embraer 190 operada pela empresa Aeroméxico.

Chovia intensamente no momento da queda, mas ainda não se sabe se as más condições meteorológicas foram a causa principal do acidente, cuja investigação deverá levar meses.

Segundo o governador de Durango, José Rosas Aispuro, uma rajada de vento sacudiu violentamente o avião instantes após a decolagem. A asa esquerda bateu no solo e dois motores se soltaram. Despedaçando-se, o avião parou a 300 metros da pista e, após cerca de 3 minutos, conforme o depoimento de um dos sobreviventes, foi engolido pelo fogo.

Havia 103 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes. Embora dezenas tenham saído feridos, inclusive com queimaduras graves, o mundo recebeu com alívio e assombro a notícia quase inacreditável de que todos, simplesmente todos, sobreviveram.

De acordo com declarações das autoridades mexicanas à imprensa, o piloto foi o mais machucado, com lesão cervical que exigiu cirurgia. Mesmo assim, o seu quadro é estável. Outro caso dentre os mais graves é o de uma menina que sofreu queimaduras em 25% do corpo. Ao todo, 49 pessoas foram hospitalizadas, a maioria com ferimentos leves.

SUMMA Voluntarios / Twitter




Foi um milagre?

Em termos estritos, não. Não se pode falar tecnicamente em milagre quando existem explicações científicas para um acontecimento.

O uso do termo “milagre” é bastante popular e frequente diante de fatos que parecem impossíveis ou extremamente improváveis; na grande maioria dos casos, porém, o uso dessa palavra é bem intencionado, mas precipitado e equivocado como termo técnico.
Mas então o que é um milagre?

Milagre é um acontecimento cientificamente inexplicável porque contradiz as regras da natureza comprovadas pela física, pela química, pela matemática, pela biologia – pelas ciências, em suma. Por contrariar a ordem natural, um milagre é considerado um fato sobrenatural, isto é, superior à natureza.

A sobrevivência de 100% das pessoas a bordo de um avião que cai após a decolagem é um episódio certamente raro e surpreendente, mas perfeitamente possível e explicável por uma vasta gama de fatores.

Como se atesta um milagre?

São necessários criteriosos e detalhados estudos científicos para que algum fenômeno possa ser oficialmente declarado como de caráter sobrenatural.

A Igreja católica segue critérios científicos bastante rígidos para afirmar algum milagre. Os milagres de cura, por exemplo, chegam a demorar décadas até serem reconhecidos. Os fatos precisam ser cuidadosamente estudados por médicos, revisados por cientistas (na maioria dos casos, laicos e até mesmo ateus), expostos às críticas públicas e, só depois de feitos todos os estudos científicos, a própria Igreja faz a análise teológica mediante o trabalho das suas comissões de especialistas em teologia. Você pode conhecer um pouco mais sobre a delicada avaliação de supostos milagres por parte da Igreja (sobre os 7 critérios para se declararem milagrosas as curas que acontecem no santuário de Lourdes); (sobre 5 milagres que a ciência não conseguiu explicar até hoje); e (sobre a médica ateia que avaliou mais de 1400 milagres e testemunhou que eles realmente existem).
Mas um sinal não precisa ser “milagroso” para nos fazer pensar!

Não é apenas o sobrenatural que pode nos impactar: os acontecimentos da vida, incluindo a nossa capacidade natural de admirar o improvável, também têm muito a nos “dizer”, dado que o assombro diante do surpreendente e do quase impossível já nos remete a uma das perguntas-chave da filosofia e da própria ciência: qual é a lógica por trás de tudo isso?

Mesmo os acontecimentos que podem ser facilmente explicados como improbabilidades previstas pela ordem natural das coisas podem servir como “gatilho” para reflexões importantes.

O cristão acredita que Deus nos fala através de sinais, sejam naturais, sejam sobrenaturais, e que Ele sempre deixa à liberdade de consciência de cada um a decisão final de como interpretá-los. Os próprios ateus, aliás, costumam enfatizar que as tragédias são uma “prova” de que Deus não existe, apelando para a sua “fé” na inexistência de Deus com base em sinais passíveis de interpretações pessoais (que, aliás, cientificamente falando, não são válidos como provas).

Para quem crê na inexistência de Deus, tudo é e será sempre mero acaso e falta de sentido. Para quem acredita em Deus e no sentido sobrenatural da existência, tudo é e será sempre o reflexo de um grande milagre, testemunhado por uma abundância de sinais repletos de sentido.

É o caso da sobrevivência de 100% das pessoas a bordo de um avião que caiu sob fortes ventos e chuva e que explodiu em questão de minutos.

via Aleteia

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