Conheça o lugar onde Santa Mônica morreu


Óstia, o antigo porto da Roma Imperial, conserva muitos lugares relacionados à mãe de Santo Agostinho.



Pouco antes de morrer, Santa Mônica estava com seu filho (Santo Agostinho) em um albergue em Óstia, um porto antigo de Roma, esperando um barco que os levaria a Cartago. Foi quando eles tiveram um magnífico diálogo. Debruçados em uma janela, começaram a conversar sobre Deus e as coisas do céu. Naquele momento, os dois experimentaram um estado de êxtase, o que confirma a santidade de ambos. 

Santo Agostinho narrou o acontecimento no livro “Confissões”:

“Ao aproximar-se o dia de sua morte – dia que só tu conhecias e nós ignorávamos – sucedeu, creio que por tua vontade e de modo misterioso como costumas fazer, que ela e eu nos encontrássemos sozinhos, apoiados a uma janela, cuja vista dava para o jardim interno da casa onde morávamos, em Óstia Tiberina. Afastados da multidão, procurávamos, depois das fadigas de uma longa viagem, recuperar as forças, tendo em vista a travessia marítima. Falávamos a sós, muito suavemente, esquecendo o passado e avançando para o futuro. Tentávamos imaginar na tua presença, tu que és a verdade, qual seria a vida eterna dos santos, aquela que “os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, e o coração do homem não percebeu”. Abriram-se os lábios do coração à corrente impetuosa da tua fonte, fonte de vida que está em ti, para que, aspergidos por ela, nossa inteligência pudesse meditar sobre tão grande realidade.

Nossa conversa chegou à conclusão de que o prazer dos sentidos do corpo, por maior que seja e por mais brilhante que seja essa luz temporal, não é digna de ser comparada à felicidade daquela vida, nem mesmo é digna de ser mencionada. Elevando-nos com o mais ardente amor ao próprio Bem, percorremos gradualmente todas as coisas corporais até o próprio céu, de onde o sol, a lua e as estrelas iluminaram a terra. e subíamos ainda mais ao interior de nós mesmos, meditando, celebrando e admirando as suas obras. E chegamos assim ao íntimo de nossas almas. Indo além, atingimos a região da inesgotável abundância, onde nutres eternamente Israel com o alimento da verdade, e onde a vida é a própria Sabedoria, pela qual foram criadas todas as coisas que existiram, existem e hão de existir, pois a Sabedoria mesma não é criada, mas existe como sempre existiu e como sempre há de existir.”

Pouco tempo depois, Mônica morreria por causa de uma febre muito alta, talvez provocada pela malária. Ela pediu aos filhos que a enterrassem onde quisessem, sem terem pena ou dor, mas que a recordassem onde quer que estivessem, no altar do Senhor. 

Durante séculos, seu corpo foi venerado na Igreja de Santa Áurea de Óstia. Em 1430, as relíquias de Santa Mônica foram trasladadas para a Igreja de Santo Agostinho, em Roma, e colocadas em um sarcófago artístico esculpido por Isaías da Pisa. 

Além dos restos mortais da santa, ali se encontram obras de Guercino, Raffaello e Caravaggio, como a belíssima “Virgem dos peregrinos. 

“A senhora me gerou duas vezes”, disse Santo Agostinho à sua mãe. Ele se referia à vida dele e ao resgate da sua fé, um trunfo de Santa Mônica. A tenacidade, doçura e sensibilidade de Mônica a transformaram em padroeira das mães e das mulheres casadas. Sua festa acontece no dia 27 de agosto, dia anterior à de seu filho que, por uma singular coincidência, morreu em 28 de agosto de 430.







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