O mistério da vida só Deus conhece. Mas Alfie nos fez vislumbrar um raio de luz desse mistério.
Alfie Evans completou sua batalha.
“O nosso bebê ganhou asas nesta noite às 2h30 da manhã. Estamos com o coração partido. Obrigada a todos pelo seu apoio”.
Com este post no Facebook, Kate James anunciou a morte do seu bebê, enquanto, o pai, Thomas, escreveu:
“O meu gladiador baixou o seu escudo e ganhou asas às duas e meia da manhã. Totalmente inconsolável. Eu amo você meu menino”.
Alfie respirou 4 dias sozinho
Na última quarta-feira, 25 de abril, a Suprema Corte britânica declarou seu enésimo não ao apelo dos pais de Alfie, que pediam a transferência do filho para o Hospital Infantil Bambino Gesù, do Vaticano. O hospital do Papa teria assumido todas as despesas, de modo que o hospital Alder Hey, de Liverpool, não precisaria gastar nenhum centavo.
O Papa Francisco pediu aos seus colaboradores que fizessem “o possível e o impossível” para transferi-lo.
O governo da Itália concedeu a Alfie a cidadania italiana para tentar agilizar o processo.
Mas a “justiça” humana dos magistrados britânicos, ecoando a opinião dos médicos do hospital Alder Hey, decretou que era “inútil” que Alfie continuasse a viver até a sua morte natural.
A transferência foi negada, assim como tinha sido negada, inúmeras vezes, a súplica para que os aparelhos não fossem desconectados.
Na noite desta segunda-feira, 23 de abril, os médicos do hospital de Liverpool removeram o suporte vital para deixar Alfie morrer.
Mas, surpreendentemente, bravamente, Alfie continuou respirando, sozinho, por pouco mais de 4 dias.
Todos sabíamos que a sua doença neurodegenerativa, ainda desconhecida e sem diagnóstico preciso, era muito grave. Mas não era o capricho de alguns que iria determinar a data e a hora para que ela desse cabo da vida de Alfie. E o bebê, apenas um bebê, deixou bem claro que a vida não se curva ao que lhe é imposto em nome da “justiça”.
A mensagem de Alfie
Alfie não falava, mas fez e continua a fazer um barulho histórico.
Eles quiseram lhe “doar” a morte a todo custo, mas ele nos deu tanta vida e tanto amor com a inocente gentileza do seu rostinho sereno!
Uma juíza declarou que a criança estava tão devastada que não conseguia sentir nem mesmo o carinho de sua mãe: mas nós nos sentíamos, todos, acariciados por ele.
Os médicos que deviam cuidar dele o deixaram morrer prematuramente; o pequeno Alfie, porém, procurou curar a nossa doença mais mortal: a indiferença.
Ele era prisioneiro, mas libertou, em milhões de humanos, a coragem de falar e de agir em liberdade.
Ele era o mais fraco de todos, mas deu uma força descomunal e implacável a todos aqueles que o amavam.
A lei foi muito dura: Alfie nos mostra que o amor é muito mais forte do que a lei.
Vimos uma justiça fria, mas Alfie conseguiu aquecer até derreter milhões de corações no mundo inteiro.
Consideraram a sua vida inútil, mas o pequeno Alfie atraiu e envolveu milhões de pessoas numa luta por um mundo mais humano.
Alfie, sem falar, se tornou a voz e o brado de todos os pequenos deste mundo, usados, explorados e, quando não são mais considerados “úteis”, descartados.
O nosso mundo utilitarista, se não continuarmos reagindo e resistindo, um dia descartará também a nós: para todos chegará o momento de pedir amor e salvação, do fundo da nossa própria “inutilidade”.
Alfie reza por nós
Alfie foi esmagado pela violência de poderosos interesses ideológicos, mas nos ensina a reagir com espírito suave e ao mesmo tempo firme.
O mistério da vida só Deus conhece. Mas Alfie nos fez vislumbrar um raio de luz desse mistério.
Alfie é loucura e escândalo para alguns: ele nos recorda Aquele que foi crucificado. Ele nos recorda o juízo final:
“Eu estava com fome e tu me destes de comer…”“…Toda vez que fizeste essas coisas a um só desses meus irmãozinhos, foi a mim que o fizestes”.
Fomos milhões os que rezamos por Alfie. Agora é Alfie quem, dos braços de Deus, reza por nós.
Descanse em paz, pequeno grande, grandíssimo, Alfie.
via Aleteia
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