Um encontro cordial de 30 minutos em que o Papa Francisco convidou o presidente norte-americano Donald Trump a cultivar a paz e o presenteou com diferentes documentos do seu pontificado, como a “Amoris Laetitia” ou a encíclica “Laudato Si’”, sobre o cuidado da criação.
Na manhã de hoje, o Pontífice recebeu a delegação oficial dos Estados Unidos, liderada pelo seu presidente e formada pela sua filha mais velha, Ivanka; seu filho, Jared Kushner; o secretário de Estado, Rex Tillerson; o conselheiro de segurança nacional, o tenente general H. R. McMaster, e a porta-voz presidencial Hope Hicks, além de outras oito pessoas.
O Papa recebeu Trump com um “encantado em conhecê-lo” e em seguida seguiram para a biblioteca privada, onde se sentaram um de frente para o outro diante de uma mesa. Depois de alguns segundos de conversa informal, os fotógrafos, câmeras de televisão e jornalistas foram convidados a se retirar da sala e começaram o diálogo privado, com a ajuda de intérpretes. Tudo isso com o procedimento habitual realizado com todos os chefes de Estado que se reúnem com o Papa.
“É uma grande honra”, saudou Trump a Francisco. O Papa revelou: “não falo inglês muito bem, então preciso de um tradutor”. Entretanto, o presidente lhe respondeu que não é assim.
Depois da reunião privada, ocorreu a tradicional troca de presentes. Trump ofereceu um cofre: “É um presente. Este é um livro de Martin Luther King. Acho que você vai gostar. Espero que sim”.
Por sua parte, o Santo Padre ofereceu ao presidente um medalhão em que é representado dois ramos de oliveira entrelaçados, como símbolo da paz e da unidade. “É uma oliveira, é o símbolo de paz, com dois ramos. Aqui, a divisão da guerra, no meio, e a oliveira está tentando reuni-los lentamente em paz”, explicou o Papa. “Nós precisamos de paz”, respondeu Trump. “Este é um dos meus maiores desejos: que possa ser uma oliveira para a paz”, disse-lhe Francisco.
Além disso, o Pontífice lhe deu de presente a mensagem para o Dia Mundial da Paz e a encíclica “Laudato Si’”, sobre o cuidado da criação, a “Evangelii Gaudium” e o documento pós-sinodal “Amoris Laetitia”. “Um documento sobre a família, outro sobre a evangelização e outro sobre o meio ambiente e sobre o cuidado da casa comum”. “Eu vou ler”, disse-lhe Trump.
Em um comunicado, o Vaticano explicou que “durante as conversas cordiais, manifestou a satisfação pelas boas relações bilaterais entre a Santa Sé e os Estados Unidos da América, assim como pelo compromisso comum a favor da vida e da liberdade religiosa e de consciência”.
“Foi manifestado o desejo de uma colaboração serena entre o Estado e a Igreja Católica nos Estados Unidos, comprometida em servir a população nas áreas da saúde, da educação e da assistência aos imigrantes”.
Além disso, “as conversas também permitiram uma troca de pontos de vista sobre alguns temas relacionados com a atual situação internacional e com a promoção da paz mundial através da negociação política e do diálogo inter-religioso, referindo-se especialmente à situação no Oriente Médio e à proteção das comunidades cristãs”.
Em seguida, a delegação norte-americana continuou com sua programação em Roma. Melania Trump, esposa do presidente, foi ao hospital Bambino Gesù – especializado em crianças – para visitar a área de cardiologia e saudar alguns enfermos. Também visitou a capela do hospital.
Por sua parte, Ivanka, filha do presidente, participou de um evento organizado pela Comunidade de Santo Egídio, no qual falou sobre o tráfico de pessoas e depois saudou alguns refugiados.
Sobre Trump, em uma entrevista publicada em novembro no jornal italiano ‘La Repubblica’, Francisco afirmou: “não faço julgamentos sobre as pessoas ou sobre os políticos. Apenas quero compreender quais são os sofrimentos que as suas formas de proceder causam nos pobres e nos excluídos”. Algo que também expressou durante o voo de regresso de Fátima há alguns dias.
Precisamente após esta visita, o Pontífice assinalou que “uma pessoa que pensa somente em levantar muros, seja onde for, e não em fazer pontes, não é cristã. Isso não está no Evangelho”, referindo-se à construção de um muro na fronteira entre o México e os Estados Unidos. Deste modo, Francisco também fez referência a declarações de Trump na televisão, quando afirmou que o Papa “é uma pessoa muito política” que “não entende os problemas do nosso país” e “o perigo de fronteira aberta com o México”.
Depois das palavras do Papa, o presidente respondeu (antes de ser eleito), que “para um líder religioso, é escandaloso questionar a fé de uma pessoa”. E acrescentou que, no caso de um ataque jihadista contra o Vaticano, Francisco “rezará só para que Donald Trump seja presidente, porque isso não poderá acontecer comigo”.
Via ACI
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