Crivella, Evangélico e Prefeito do Rio de Janeiro, nomeia padre como assessor de gabinete


O prefeito Marcelo Crivella nomeou nesta quarta-feira um padre como assessor da prefeitura. Baiano de Feira de Santana, Marco Lázaro Mendes Dias conheceu Crivella há quase 20 anos, quando o então bispo da Igreja Universal desenvolvia um projeto social na cidade de Irecê. Um dos primeiros padres cantores da Igreja Católica, ele é ligado ao movimento carismático e apresenta ao vivo, nas madrugadas de terça-feira, o programa “Uma palavra de cura”, na rádio Catedral FM, mantida pela Arquidiocese do Rio.

Marco Lázaro, que hoje canta principalmente em eventos católicos, não é o único religioso nomeado por Crivella. Nos últimos dias, o prefeito já indicou pelo menos três pastores evangélicos. Entre eles, o ex-vereador Jorge Braz, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, que vai dirigir o Instituto de Defesa do Cosumidor (Procon-Carioca).




Da ordem dos Frades Capuchinhos, o padre Marco Lázaro mora na favela Kelson’s, na Penha, e atua em paróquias nas comunidades do Rola e de Antares, em Santa Cruz, onde mantém projetos de iniciação à informática para crianças carentes. Ele fundou uma entidade beneficente que recebe doações para promover cursos. O padre, que receberá da prefeitura R$ 3.554,76 por mês, foi convidado por Crivella para ser uma espécie de interlocutor entre lideranças comunitárias católicas em favelas e a prefeitura.

— As favelas têm suas demandas, mas nem sempre sabem a quem recorrer para ter acesso a serviços. Serei essa ponte — disse o religioso.

O padre contou que pretendia colaborar com o governo, mas não sabia que seria remunerado. Segundo ele, Crivella já deixou claro que pretende ter bom relacionamento com todas as religiões e que vem escolhendo colaboradores sem discriminação. Marco Lázaro fez questão de ressaltar que foi indicado para o cargo pelo prefeito e não pela Arquidiocese.




PUNIÇÃO APÓS “CARNAFÉ”

Bacharel em Direito e com formação em marketing, o padre conta que descobriu sua vocação quando era adolescente e frequentava o estádio de futebol de sua cidade natal, onde vendia cocada e foi gandula. Lá, foi convidado para conhecer o estúdio de uma emissora de rádio ligada aos Capuchinhos e se interessou por religião.

No início da carreira, se envolveu numa polêmica ao decidir criar o “Carnafé’, bloco de axé gospel que não existe mais. A ideia não foi bem aceita por seus superiores, e ele acabou sendo suspenso das atribuições religiosas. Cerca de um ano depois, o padre foi perdoado, mas não abandonou sua ligação com a música baiana: ele cantou o seu sucesso “O axé da fé”, no “Domingão do Faustão”, da Rede Globo.

Via O Globo
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