Dois homens entraram, na manhã desta terça-feira, armados com facas em uma igreja de Saint-Étienne-du-Rouvray, na Normandia (França), durante uma Missa. Eles degolaram o padre e mantiveram como reféns duas religiosas e duas outras pessoas, uma das quais foi ferida gravemente, informou o Ministério do Interior da França.
Uma religiosa que conseguiu escapar chamou a polícia. Os policiais chegaram e mataram os dois criminosos, que estavam na parte de trás desta igreja situada na rua Gambetta.
Até o momento, nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque. O presidente francês, François Hollande, e o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, estão a caminho do local, uma área rural do norte do país.
Motivações
Não se sabem as motivações dos dois criminosos, que morreram durante a operação lançada pela Brigada de Busca e Intervenção (BRI) de Rouen, mas a investigação está a cargo da seção antiterrorista.
Esta tomada de reféns ocorre num contexto de alta tensão na França, doze dias depois de um atentado em Nice (sudeste) que deixou 84 mortos e mais de 300 feridos.
O ataque de Nice foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Também ocorre no dia da inauguração em Cracóvia (Polônia) da Jornada Mundial da Juventude, um encontro mundial de católicos que contará com a participação do papa Francisco.
O presidente francês, François Hollande, e o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, se dirigiam ao local do crime.
O primeiro-ministro, Manuel Valls, disse que os franceses “permanecerão unidos” diante deste “ataque bárbaro”.
Imagens dos meios de comunicação mostravam vários veículos de emergência no local do incidente e ruas bloqueadas.
A França, que foi alvo de três ataques de grande porte nos últimos 18 meses – 17 mortos em janeiro de 2015, 130 mortos em 13 de novembro deste ano e 84 mortos no dia 14 de julho – vive afundada no medo de novos ataques.
Vários ataques na Alemanha nos últimos dias, alguns deles reivindicados pelo grupo Estado Islâmico, também aumentaram os temores na Europa.
Depois do ataque em Nice, a França estendeu por seis meses o estado de emergência, em vigor desde os atentados terroristas de 13 de novembro de 2015 em Paris.
Em sua propaganda e seus comunicados de reivindicação, o grupo Estado Islâmico convoca a atacar os líderes “cruzados” ocidentais e o “reino da Cruz”, uma expressão que faria referência à Europa.
A ameaça de um ataque contra um local de culto cristão estava na mente de todos na França, sobretudo depois que um projeto de atentado contra uma igreja católica nos arredores de Paris em abril de 2015 foi abortado.
Papa Francisco
“É uma notícia terrível, que se soma a uma série de violências que nestes dias já abalaram todos nós, gerando imensa dor e preocupação. Acompanhamos a situação e aguardamos novas informações para tentarmos entender o que aconteceu”: é a declaração do porta-voz da Santa Sé, Padre Federico Lombardi.
“O Papa está informado e participa da dor e do horror por esta violência absurda, condenando radicalmente toda forma de ódio”, afirmou Pe. Lombardi aos jornalistas agora há pouco.
Segundo a Santa Sé, “o episódio abala ainda mais por ter ocorrido em uma igreja, local sagrado em que se anuncia o amor de Deus, onde foi barbaramente morto um sacerdote e envolvidos alguns fiéis”.
Ainda na declaração, Padre Lombardi manifesta a proximidade da Santa Sé à Igreja na França, à Arquidiocese de Rouen, à comunidade atingida e ao povo francês.
O arcebispo de Rouen, Dom Dominique Lebrun, encontra-se na Polônia, com padres e grupos de jovens participantes da JMJ de Cracóvia. Segundo fontes locais, ele foi informado e deve retornar com urgência à sua diocese.
(Com informações de Aleteia, AFP e Rádio Vaticano)
COMPARTILHE COM SEUS AMIGOS NO FACEBOOK
CLICANDO NO BOTÃO COMPARTILHAR ABAIXO: