Bebê nasce em rodovia e mãe, por coincidência, já tinha escolhido o mesmo nome dos socorristas


Uma jovem de 19 anos deu à luz um menino dentro do carro na Rodovia Dom Pedro I (SP-065), em Campinas (SP), e, além do nascimento inusitado, surpreendeu-se com os socorristas "anjos" da concessionária. O bebê, que já vinha sendo chamado pelo nome Gustavo Henrique pela família, veio ao mundo, coincidentemente, graças à ajuda de um Gustavo e um Henrique, que compõem a equipe de resgate da Rota das Bandeiras. O menino e a mãe deverão ter alta neste sábado (14).




O parto ocorreu na última quarta (11), após a bolsa amniótica da mãe Cristiane Silva, moradora de Campinas com 38 semanas de gestação, estourar dentro do carro onde ela estava. Ela já estava a caminho do Hospital da Mulher (Caism) da Unicamp, mas o bebê não quis esperar a viagem se completar. Só houve tempo para buscar ajuda no posto de atendimento aos usuários da rodovia. "Ficou todo mundo apavorado", conta Cristiane.
"O padrasto desceu do carro desesperado gritando que o bebê ia nascer. Só deu tempo de colocar a luva e fazer o parto de emergência. A gente estava preparado pra acidente, e não pra parto. Dá uma adrenalina. Foi tudo muito rápido. A criança nasceu, limpamos as vias áereas, ele chorou, aquecemos. Ele é grandão, com saúde, mais de 3 kg", conta o socorrista Gustavo Giovanni Rizzo, de 29 anos.
Segundo a concessionária, a mãe e o padrasto deram entrada às 18h59 na base. No banco de trás do carro, eles fizeram o parto e, minutos depois, às 19h12, mãe e o recém-nascido saíram do posto em direção ao Caism na ambulância. Eles chegaram bem ao hospital às 19h15.




"Dentro do resgate perguntamos pra mãe como ela chamava o filho e ela disse Gustavo Henrique! Aí, nós falamos que nós nos chamávamos Gustavo e Henrique. Depois que ela se acalmou, após o parto, começou a dar risada", conta Gustavo.
O outro socorrista, Henrique Augusto Bueno de Carvalho, de 30 anos, não acreditou que os nomes eram iguais.
"Falei: Não, você está de brincadeira! Pedi pra ela repetir! Era predestinado, choramos de alegria. Não existe coincidência, é coisa de Deus. Tem que acontecer com aquela pessoa, naquela hora. Foi o meu presente do ano que Deus me deu", lembra emocionado.
Cristiane teve que controlar a emoção e a surpresa e justificou que a escolha foi feita muito antes do parto. "O nome já estava escolhido desde o começo da gravidez. Um olhou pra cara do outro e ficaram surpresos", lembra a mamãe.
Os dois foram visitar mãe e bebê nesta quinta (12), no hospital.
Primeiro parto

A experiência de fazer um parto na rodovia foi a primeira na carreira dos dois socorristas, que trabalham na concessionária há cerca de seis anos.

"A gente sempre falava que o nosso sonho era fazer um parto na rodovia e aconteceu. Levo emoção, felicidade, por ele ter o mesmo nome. Acho que foi Deus que colocou essa mãe e a criança pra nascer na nossa mão mesmo", diz Gustavo.
Henrique conta que só conseguia pensar que era capacitado para fazer o parto naquela hora.
"Foi uma experiência única, uma sensação indescritível. Emoção que não tem como repassar. A gente é acostumado a lidar com outras situações, tragédias, luta, brigando pela vida. Dessa vez foi diferente, a criança veio até nós e veio à vida. Depois ficamos os dois bobos, um olhando pro outro e dando risada até cair a ficha, só babando", diz.
Este também foi o primeiro filho de Cristiane, que por mais que tivesse planejado, jamais imaginaria que o parto seria tão marcante. E, claro, vai contar a história quando o filho crescer.
"Agora estou mais calma. Foi coisa de Deus mesmo. Bem emocionante. Era pra ter sido com eles", conta a mãe.
Rompimento da bolsa e parto rápido

No caso da Cristiane, minutos após a bolsa estourar, o menino nasceu. Mas, é comum ter casos de mães que conseguem se preparar e ir com calma ao hospital após esse evento que anuncia a chegada do bebê. O médico obstetra João Paulo Leonardo Pinto, do Hospital Estadual de Sumaré, que também pertence à Unicamp, explica que outros fatores podem levar a um parto rápido.


"Ela [Cristiane] teve um parto acelerado. Não quer dizer que só pela ruptura da bolsa ela vai parir rapidamente. Já estava em trabalho de parto, possivelmente, com contrações. Deveria estar com uma dilatação uterina aumentada, o que levou ao nascimento da criança antes de mesmo de chegar ao hospital", explica o médico.
Segundo o obstetra, é mais comum ter partos rápidos a partir do segundo filho. Para todas as gestantes, a orientação é procurar uma unidade de saúde para fazer uma avaliação quando notar perda de líquido. No caso do rompimento total da bolsa, o líquido sai em grande quantidade.
"Em caso de ruptura de bolsa, ela deve ficar internada no hospital pra avaliação e ver se desencadeia contração e dilatação, que é o trabalho de parto efetivo, que vai levar ao nascimento do bebê", esclarece.
Fonte: G1

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