Preso por atirar em João Paulo II pede para ver Papa Francisco

Mehmet Ali Agca foi perdoado pelo Papa João Paulo II / Foto: Aleteia
Mehmet Ali Agca, responsável por atirar em João Paulo II, escreve ao Vaticano solicitando encontro com Papa Francisco durante sua passagem pela Turquia
O homem que atirou contra o Papa João Paulo II, Mehmet Ali Agca, pediu permissão ao Vaticano para se encontrar com Papa Francisco durante sua visita à Turquia, marcada para esta sexta-feira, 28.

O Santo Padre será recebido pelo presidente, Recep Tayyip Erdogan, e pelo primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, ao aterrissar em Ancara, capital do país. De lá, o Pontífice embarca para Istambul a fim de se encontrar com o patriarca ecumênico e arcebispo de Constantinopla, Bartolomeu I.
Em declaração publicada pela imprensa turca, Ali Agca também solicitou uma reunião com o Santo Padre.
“O Papa Francisco, que deseja impulsionar a paz e a fraternidade numa época em que o mundo passa por uma crise política, econômica e humanitária, é bem-vindo à Turquia”, disse Agca.
“Eu sou Mehmet Ali Agca e gostaria de me encontrar com o Papa durante esta visita”, prossegue o comunicado, ilustrado por uma foto em que o Papa João Paulo II visita Ali Agca no presídio de Roma, em 1983, para perdoar o agressor.
Moscou considerava João Paulo II uma ameaça para o programa soviético mesmo antes de ele ser eleito Papa. O motivo do atentado cometido por Ali Agca contra João Paulo II em plena Praça de São Pedro continua um mistério até hoje.
Ali Agca, de 56 anos, modificou a sua versão da história diversas vezes, afirmando alternadamente, por exemplo, que quem estava por trás do atentado era o cardeal Agostino Casaroli ou a autoridade religiosa xiita, Khomeini. Afirmou também que os tiros faziam parte de um “plano divino” para demonstrar o milagre da sobrevivência do Papa.
O quase assassino supostamente se converteu ao cristianismo na prisão e tem afirmado com frequência ser o Messias.
Ali Agca passou 19 anos preso na Itália e, em 2000, foi perdoado pelo Papa João Paulo II. Acusado por outros crimes, incluindo o assassinato do editor de um jornal em 1979, Agca foi transferido para a Turquia.
Depois de ser libertado de um presídio de Ancara em 2010, Mehmet Ali Agca divulgou um comunicado declarando: “Eu proclamo o fim do mundo. Todo o mundo será destruído neste século. Todo ser humano morrerá neste século. Eu sou o Cristo eterno”.
Ali Agca foi diagnosticado com “transtorno de personalidade anti social severo”. Fonte: CN