Santa do Mel fica escondida de fieis e dona não revela o local


Após sete anos da grande repercussão cercada de mistérios, o caso da imagem de Nossa Senhora de Fátima que começou a verter mel no dia 16 de maio de 2007, está longe de ser esquecido e ainda atrai a atenção de alguns fiéis, em Campo Grande. Conhecida como Santa do Mel, a réplica da imagem fica na casa da comerciante Sônia Miranda Diniz, localizada na Rua Antônio Raposo, bairro Vila Vilas Boas.


A imagem verdadeira da santa fica em outro lugar não revelado por Sônia. “A medida foi tomada para dar segurança à santa que por ser famosa, pode ser roubada ou furtada. Não digo onde ela está”, destacou.

Na época em que a imagem começou a verter mel, algumas entidades religiosas queriam abri-la para estudar o fenômeno. Sônia não autorizou, apenas permitiu que fossem feitos exames superficiais. Ela confessa que por medo teve a ideia de esconder a imagem.

“O que aconteceu foi um milagre divino que precisa ser respeitado. Quem quiser acreditar, acredita, se não quiser não precisa querer abrir a santa para comprovar nada. Eu até deixei que raspassem ela, mas foi constatando que ela é feita mesmo de gesso”, explicou.
Pessoas interessadas em ver a imagem original devem ir até o local e comunicar o interesse à Sônia que marca uma data específica para a pessoa retornar. No dia marcado, a dona da imagem substitui a réplica pela original.

Sônia conta que pessoas de várias religiões vão visitar a santa em buscas de milagres. Elas chegam em caravanas e algumas de maneira inusitada levam imagens semelhantes da santa afirmando que as mesmas também vertem mel.

"Vêm espíritas, evangélicos e católicos. Já veio famosos, cantores como Elba Ramalho e artistas. Mas o mais interessante é quando vem alguns com imagens nas mãos dizendo que elas também produzem mel", comentou.

Todos os domingos um grupo de aproximadamente vinte pessoas participa de um missa celebrada na casa onde a santa começou a verter mel. Durante a semana, a casa fica com os portões fechados. “Se eu deixar aberto todos os dias não consigo fazer muita coisa, por que toda hora para alguém querendo ver a santa”, destacou Sônia.

A Santa do Mel foi comprada pelo marido de Sônia, José João Rezek no ano de 1995. Segundo a filha do casal, Chayeni Diniz Rezek, o pai comprou a imagem com esperança de ser curado do câncer. Fato que ela afirma que aconteceu, quando a santa começou a verter mel 12 anos mais tarde.

“Depois ele comprou a santa conseguir se livrar de um série de problemas. Ele tinha uma família desunida, mas depois da santa todos se achegaram até ele. Mais o fato mais marcante foi ele ter sido curado do câncer, após a santa começar a verter mel. Foi um milagre, comentou.

José faleceu após complicações de um aneurisma sofrido no dia 23 de maio de 2010. Apesar de passar por problemas financeiros depois da morte de José, a família espera conseguir retomar as reuniões que antes eram realizadas na casa com a distribuição do “sopão”. “Estamos de portas abertas e ainda pretendo trazer o sopão de volta assim que melhorar financeiramente”, ressaltou Sônia.

Polêmica

Com a divisão dos bens depois da morte de José, foram descobertas crimes de estelionato na qual Sônia é apontada como autora. Ela foi denunciada por parte do Ministério Público, como uma pessoa que havia falsificado assinaturas para transferir bens ao seu nome, além de adulterar selos do 4° Cartório de Notas e de Registro de Títulos e Documentos.

Nesse período, ela ainda realizou saques e empréstimos de R$ 40 mil, segundo um dos filhos do 1° casamento da vítima. O caso ainda segue sob investigação policial. Sônia nega o fato. "Servir a Deus não é fácil meu filho por que sempre tem alguém querendo nos destruir. Depois que meu marido passou, temos dificuldades financeiras mesmo, mas não fiz esses absurdos, por que sou ajudada pelas pessoas", finalizou.

Fonte: Valquíria Oriqui/Com CG News
Foto: Marcelo Victo