História de devoção ao Divino Pai Eterno


Divino Pai Eterno é um título, uma “maneira de chamar” a Primeira Pessoa da Santíssima Trindade, Deus Pai, revelado por Jesus Cristo. 

Com efeito, antes da vinda de Jesus a este mundo, o Criador, Deus, era adorado mais como “Senhor” do que como “Pai”. Pensava-se ser uma ousadia chamar a Deus de “Pai”. Foi Jesus, o Filho, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, quem revelou ao mundo esta verdade radicalmente transformadora: Deus é Pai! E um Pai que ama seus filhos! Um Pai amoroso, misericordioso. Ele é o “Divino Pai Eterno”.



O significado do Divino Pai Eterno

O nome “Divino Pai Eterno” contém três títulos que expressam três verdades sobre Deus. Primeira verdade: Ele é “Divino”, quer dizer que Ele é Deus, é sobrenatural, sublime, perfeito, encantador, bonito, maravilhoso.

Segunda verdade: Ele é Pai. Pai é quem dá vida, é quem gera filhos, é quem cria filhos, é quem ama os filhos, é quem se dedica aos filhos, é quem conhece os filhos e quer que os filhos sejam felizes, realizados. Deus é Pai!

Terceira verdade: Ele é Eterno, quer dizer: não tem princípio nem fim, Ele é para sempre. Sempre foi e sempre será. E Ele, no seu amor, nos chama à eternidade quando nos dá a vida. Somos filhos do Divino Pai Eterno.

O começo da devoção do Divino Pai Eterno

A extraordinária devoção do povo para com o Divino Pai Eterno começou na mais pura simplicidade. Era o ano de 1840. Nessa época, Constantino Xavier Maria e sua esposa chamada Ana Rosa de Oliveira, foram morar nas proximidades do Córrego do Barro Preto, a uns vinte quilômetros do município de Campininha das Flores. Este veio a se tornar o atual bairro de Campinas, onde começou a se formar a cidade de Goiânia, capital de Goiás, no Brasil.

Uma imagem encontrada no chão do sertão goiano

Constantino e Ana Rosa começaram a trabalhar na terra, preparando-a para plantação. Certo dia, enquanto trabalhavam duro no campo, Constantino notou que sua enxada esbarrou em alguma coisa estranha que estava no chão. Ele observou e viu que não se tratava de uma pedra. Quando foram conferir, viram que se tratava de um belo medalhão de barro, medindo uns dez centímetros. Eles retiraram a terra que encobria o objeto e puderam, então, ver a figura que estava esculpida: tratava-se da Santíssima Trindade num ato de coroação de Nossa Senhora. Eles reconheceram a imagem do Divino Pai Eterno no centro do medalhão. Admirados e agradecidos, entenderam o achado como um sinal de Deus e levaram o medalhão para casa.

Graças e milagres do Divino Pai Eterno

Constantino e Ana Rosa prepararam um lugar especial na casa onde colocaram o medalhão do Divino Pai Eterno e começaram a reunir seus familiares em casa para rezarem o terço diante dele. Isso acontecia principalmente aos sábados e domingos. A partir desse momento, as graças, os milagres e os prodígios iniciaram na vida das pessoas que vinham rezar ali. A notícia desses fatos começou a se espalhar por toda a redondeza. Assim, outras pessoas da região passaram a procurar a casa de Constantino em busca de oração e de graças.

O povo descobre o Divino Pai Eterno

Ao saber das graças e dos milagres que começaram a acontecer, o povo começou a ir até a casa do casal, e nesta casa não tinha mais espaço para tanta gente. Então, todos se uniram para construir uma capelinha simples, feita de folhas de um coqueiro chamado buriti para receber os fiéis, que vinham em número cada vez maior. Isso aconteceu por volta de 1843. Porém, logo a capela ficou pequena. Constantino e Ana Rosa, agradecidos a Deus por tudo, doaram um terreno para a construção de uma nova capela. Este terreno margeava o córrego Barro Preto. Pessoas de toda a redondeza ajudaram na construção.

Uma imagem maior

Constantino entrou em contato com o artista plástico Veiga Valle, que morava em Pirenópolis, GO, e pediu que ele fizesse uma escultura do Divino Pai Eterno idêntica ao medalhão, porém, maior. Constantino pediu também e que a nova imagem fosse de madeira. Esta é a origem da imagem venerada na cidade de Trindade, GO. Pai, Filho e Espírito Santo num ato de coroação da Virgem Maria. Esta imagem encomendada por Constantino conserva-se até hoje no “Santuário Velho”, ou“Igreja Matriz de Trindade”.

Graças e mais graças

Uma terceira capela foi erguida em 1876. O povo de toda a região começou a fazer romarias em peso como devoção ao Divino Pai Eterno. As graças continuaram a acontecer. Noticiavam-se mais e mais graças e milagres do Divino Pai Eterno. Aos poucos essa terceira capela também ficou pequena e as grandes celebrações em dias de festa tinham que ser feitas do lado fora, ao ar livre.

O primeiro Santuário do Divino Pai Eterno

Em pouco tempo a Arquidiocese de Goiás e os fiéis perceberam que seria necessária a construção de um grande santuário que comportasse os romeiros com mais conforto e com a dignidade que o Divino Pai Eterno merece. Assim, o primeiro Santuário do Divino Pai Eterno foi inaugurado em 1912. Com o tempo, este primeiro Santuário também foi ficando pequeno e passou a ser  conhecido como Santuário Velho. Hoje, ele é a Paróquia Matriz de Trindade.

O Santuário novo

Quando a Romaria de Trindade completou 100 anos, em 1943, D. Emanuel Gomes de Oliveira, então arcebispo de Goiás, lançou a pedra fundamental do Santuário Novo, mas este demorou a sair dos alicerces. Em 1957, criou-se a Arquidiocese de Goiânia, sob o comando de D. Fernando Gomes dos Santos. Este apresentou um projeto para a construção do Santuário e as obras começaram. A partir de 1974 já era possível a realização da novena e da festa do Divino Pai Eterno no local. A partir daí, as romarias só crescem e o Santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade, GO, é um dos mais importantes do país. Em 2006 ele foi elevado à categoria de Basílica Menor pelo Papa Bento XVI. Ela é a única Basílica do Divino Pai Eterno no Mundo.

Oração ao Divino Pai Eterno

Divino Pai Eterno e Misericordioso, Deus Criador de tudo e de todos, nós Vos oferecemos pelas mãos de Maria Santíssima o preciosíssimo Sangue de Vosso Divino Filho; oferecemos também as lágrimas da Virgem Santíssima pela Purificação da Terra, pela Conversão dos homens e pela santificação deles através do Divino Espírito Santo. Oferecemos ainda pela fidelidade dos Vossos escolhidos, pela Vitória da Santa Igreja e Triunfo do Imaculado Coração de Maria. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre, amém.

via Cruz da Terra Santa

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