O objetivo dessa festa é que os fiéis possam se recomendar a
Deus, de modo especial, por intercessão de Sua Santíssima Mãe, as
necessidades da Igreja e as próprias necessidades, e agradecer a Deus
pelas graças recebidas por intermédio de Sua Mãe. Esta
festa foi concedida na Espanha em 1513 e espalhou-se por todo o país;
em 1683 o Papa Inocêncio XI a estendeu para toda a Igreja do Ocidente,
como um ato de ação de graças pelo levantamento do cerco de Viena e a
derrota dos turcos por João Sobieski, rei da Polônia. Na época ela foi
estabelecida para o domingo dentro da oitava da Natividade de Nossa
Senhora; hoje se celebra na data do triunfo de Sobieski.
O nome de uma pessoa é algo muito importante na Bíblia, pois representa a
própria pessoa. Certamente São Joaquim e Santa Ana foram inspirados pelo
Céu para escolher esse Nome à Virgem que seria um dia a Mãe do Redentor e
nossa Mãe.
São Lucas registra: “O nome da Virgem era Maria”. O anjo enviado por
Deus diz a ela: “não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus”.
Segundo os mariólogos o nome Miryam pode ter origens diversas: “Uns
derivam o nome da raiz mery, da língua egípcia e significa mui amada.
Outros dizem que provém do siríaco e quer dizer senhora, opinião de
pouca solidez. A sentença mais freqüente é a que o deriva do hebraico.
Dentro desta língua cabem muitas interpretações. Assim se enumeram as
seguintes: “Mar amargo e rebelião; Gota do mar; Senhor de minha
linhagem; Estrela do Mar; Esperança; Excelsa ou sublime; Pingue,
Robusta; Amargura e Mirra”. O Cônego José Vidigal, citando Fraine,
diz que “apesar de sessenta tentativas que já foram feitas a
etimologia científica do nome de Maria continua incerta”.
Mais importante do que o significado exato desse Nome, é que é um Nome
Poderoso, por ser o da Mãe de Deus; e que deve ser invocado sempre. O
Padre Antônio Vieira diz: “Só vos digo que invoqueis o nome de Maria
quando tiverdes necessidade dele; quando vos sobrevier algum desgosto,
alguma pena, alguma tristeza; quando vos molestarem os achaques do corpo,
ou vos não molestarem os da alma; quando vos faltar o necessário para a
vida ou desejardes o supérfluo para a vaidade; quando os pais, os filhos,
os irmãos, os parentes se esquecerem das obrigações do sangue; quando
vo-lo desejarem beber a vingança, o ódio, a emulação, a inveja; quando os
inimigos vos perseguirem, os amigos vos desampararem, e donde semeastes
benefícios, colherdes ingratidões e agravos; quando os maiores vos
faltarem com a justiça, os menores com o respeito, e todos com a
proximidade; quando vos inchar o mundo, vos lisonjear a carne, e vos
tentar o demônio, que será sempre e em tudo; quando vos virdes em alguma
dúvida ou perplexidade, em que vós não saibais resolver nem tomar
conselho; quando vos não desenganar a morte alheia, e vos enganar a
própria, sem vos lembrar a conta de quanto e como tendes vivido e ainda
esperais viver; quando amanhecer o dia, sem saberdes se haveis de
anoitecer, e quando vos recolherdes à noite, sem saber se haveis de chegar
à manhã; finalmente, em todos os trabalhos, em todas as aflições, em todos
os perigos, em todos os temores, e em todos os desejos e pretensões,
porque nenhum de nós conhece o que lhe convém; em todos os sucessos
prósperos ou adversos, e muito mais nos prósperos, que são os mais falsos
e inconstantes; e em todos os casos e acidentes súbitos da vida, da honra,
da fazenda, e, principalmente, nos da consciência, que em todos anda
arriscada, e com ela a salvação. E como em todas estas coisas, em cada uma
delas necessitamos de luz, alento e remédio mais que humano, se em todas e
cada uma recorrermos à proteção e amparo da mãe das misericórdias, não há
dúvida que, obrigados da mesma necessidade, não haverá dia, nem hora, nem
momento em que não invoquemos o nome de Maria”. (apud Con. Vidigal) São
Bernardo, Dr. da Igreja dizia e rezava assim: “Seguindo-a não te
desviarás”:
“Maria é essa Estrela esplêndida que se eleva sobre a imensidão do
mar, brilhando pelos próprios méritos, iluminando por seus
exemplos. Ó tu, que te sentes, longe da terra firme,
levado pelas ondas deste mundo, no meio dos temporais e das
tempestades, não desvies o olhar da luz deste Astro, se não
quiserdes perecer. Se o vento das tentações se elevar, se o recife
das provações se erguer na tua estrada, olha para a Estrela,
chama por Maria. Se fores sacudido pelas vagas do orgulho, da
ambição, da maledicência, do ciúme, olha para a
Estrela, chama por Maria. Nos perigos, nas angústias,
nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria. Que seu nome
nunca se afaste de teus lábios, que não se afaste de teu coração;
e, para obter o auxílio da sua oração, não te descuides do
seu exemplo de vida. Seguindo-a, terás a certeza de não te
desviares; suplicando-lhe, de não desesperar; consultando-a,
de não te enganares. Se ela te segurar, não cairás; se te
proteger, nada terás de temer; se te conduzir, não sentirás
cansaço; se te for favorável, atingirás o objetivo.”
Prof. Felipe Aquino