A Liturgia celebra no dia 12 de setembro, o Nome Santíssimo da Virgem Maria (Miryam, em hebraico).
O objetivo dessa festa é que os fiéis possam se recomendar a Deus, de modo especial, por intercessão de Sua Santíssima Mãe, as necessidades da Igreja e as próprias necessidades, e agradecer a Deus pelas graças recebidas por intermédio de Sua Mãe. Esta festa foi concedida na Espanha em 1513 e espalhou-se por todo o país; em 1683 o Papa Inocêncio XI a estendeu para toda a Igreja do Ocidente, como um ato de ação de graças pelo levantamento do cerco de Viena e a derrota dos turcos por João Sobieski, rei da Polônia. Na época ela foi estabelecida para o domingo dentro da oitava da Natividade de Nossa Senhora; hoje se celebra na data do triunfo de Sobieski.
O nome de uma pessoa é algo muito importante na Bíblia,
pois representa a própria pessoa. Certamente São Joaquim e Santa Ana foram
inspirados pelo Céu para escolher esse Nome à Virgem que seria um dia a Mãe do
Redentor e nossa Mãe.
São Lucas registra: “O nome da Virgem era Maria”. O anjo
enviado por Deus diz a ela: “não temas, Maria, pois achaste graça diante de
Deus”. Segundo os mariólogos o nome Miryam pode ter origens diversas: “Uns
derivam o nome da raiz mery, da língua egípcia e significa mui amada. Outros
dizem que provém do siríaco e quer dizer senhora, opinião de pouca solidez. A
sentença mais freqüente é a que o deriva do hebraico. Dentro desta língua cabem
muitas interpretações. Assim se enumeram as seguintes: “Mar amargo e rebelião;
Gota do mar; Senhor de minha linhagem; Estrela do Mar; Esperança; Excelsa ou
sublime; Pingue, Robusta; Amargura e Mirra”. O Cônego José Vidigal, citando
Fraine, diz que “apesar de sessenta tentativas que já foram feitas a
etimologia científica do nome de Maria continua incerta”.
Mais importante do que o significado exato desse Nome, é
que é um Nome Poderoso, por ser o da Mãe de Deus; e que deve ser invocado
sempre. O Padre Antônio Vieira diz: “Só vos digo que invoqueis o nome de Maria
quando tiverdes necessidade dele; quando vos sobrevier algum desgosto, alguma
pena, alguma tristeza; quando vos molestarem os achaques do corpo, ou vos não
molestarem os da alma; quando vos faltar o necessário para a vida ou desejardes
o supérfluo para a vaidade; quando os pais, os filhos, os irmãos, os parentes
se esquecerem das obrigações do sangue; quando vo-lo desejarem beber a
vingança, o ódio, a emulação, a inveja; quando os inimigos vos perseguirem, os
amigos vos desampararem, e donde semeastes benefícios, colherdes ingratidões e
agravos; quando os maiores vos faltarem com a justiça, os menores com o
respeito, e todos com a proximidade; quando vos inchar o mundo, vos lisonjear a
carne, e vos tentar o demônio, que será sempre e em tudo; quando vos virdes em
alguma dúvida ou perplexidade, em que vós não saibais resolver nem tomar
conselho; quando vos não desenganar a morte alheia, e vos enganar a própria,
sem vos lembrar a conta de quanto e como tendes vivido e ainda esperais viver;
quando amanhecer o dia, sem saberdes se haveis de anoitecer, e quando vos
recolherdes à noite, sem saber se haveis de chegar à manhã; finalmente, em
todos os trabalhos, em todas as aflições, em todos os perigos, em todos os
temores, e em todos os desejos e pretensões, porque nenhum de nós conhece o que
lhe convém; em todos os sucessos prósperos ou adversos, e muito mais nos
prósperos, que são os mais falsos e inconstantes; e em todos os casos e
acidentes súbitos da vida, da honra, da fazenda, e, principalmente, nos da
consciência, que em todos anda arriscada, e com ela a salvação. E como em todas
estas coisas, em cada uma delas necessitamos de luz, alento e remédio mais que
humano, se em todas e cada uma recorrermos à proteção e amparo da mãe das
misericórdias, não há dúvida que, obrigados da mesma necessidade, não haverá
dia, nem hora, nem momento em que não invoquemos o nome de Maria”. (apud Con.
Vidigal) São Bernardo, Dr. da Igreja dizia e rezava assim: “Seguindo-a não te
desviarás”:
“Maria é essa Estrela esplêndida que se eleva sobre a
imensidão do mar, brilhando pelos próprios méritos, iluminando por seus
exemplos. Ó tu, que te sentes, longe da terra firme, levado
pelas ondas deste mundo, no meio dos temporais e das tempestades,
não desvies o olhar da luz deste Astro, se não quiserdes perecer. Se o
vento das tentações se elevar, se o recife das provações se erguer na tua
estrada, olha para a Estrela, chama por Maria. Se fores sacudido
pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência, do
ciúme, olha para a Estrela, chama por Maria. Nos perigos, nas
angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria. Que seu
nome nunca se afaste de teus lábios, que não se afaste de teu coração;
e, para obter o auxílio da sua oração, não te descuides do seu
exemplo de vida. Seguindo-a, terás a certeza de não te desviares;
suplicando-lhe, de não desesperar; consultando-a, de não te
enganares. Se ela te segurar, não cairás; se te proteger, nada
terás de temer; se te conduzir, não sentirás cansaço; se te for
favorável, atingirás o objetivo.”
Prof.
Felipe Aquino
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