Os
pais de Santa Mônica, muito piedosos, confiaram-lhe a educação a uma senhora de
grandes virtudes, ligada à família por íntima amizade.
Embora branda e
suave no modo de educar a menina, com firmeza aplicou os princípios sãos da
pedagogia cristã, acostumando a educada às práticas de uma mortificação
prudente e moderada. Regra, cuja observação exigia e que por Santa Mônica era
fielmente observada, era não tomar alimento de espécie alguma, a não ser na
hora das refeições. Apesar deste regime salutar,
deixou-se Mônica levar por uma natural inclinação ao vinho. Devido
à sua sobriedade e espírito de mortificação, era ela de preferência
mandada à adega, buscar vinho para a mesa. A ocasião de levar o precioso
e saboroso líquido, era demais propícia, para que não fosse
aproveitada pela menina. Como não houvesse nenhuma reprovação da parte
dos pais que, aliás, nada podiam suspeitar, Mônica adquiriu o costume de beber
vinho.
Deus
, porém , enfastiou-a de um hábito, que mui facilmente
poderia ter-se transformado num vício pernicioso. Em uma daquelas
contendas, que soem haver na vida familiar e entre a criadagem, Mônica
foi ofendida por uma palavra mordaz de uma criada, a qual, num ímpeto de raiva,
a chamou de beberrona, dizendo que não havia mais em casa que não
soubesse das libações clandestinas. Mônica, não tanto pela ofensa que sofrera,
porém, mais pelo conhecimento do seu proceder incorreto, tomou a
resolução de abster-se completamente do vinho, propósito que
cumpriu rigorosamente.
Pouco
depois, recebeu o santo Batismo, cuja graça conservou por toda a vida,
pela pureza da fé e pela santidade de vida. Grande foi a sua
caridade para com os pobres. Sabendo que era difícil conservar-se na
graça de Deus, evitava os divertimentos profanos, fugia das ocasiões
perigosas e desprezava as exigências e extravagâncias da moda.
Tendo
chegado à cidade própria, os pais casaram-na com um cidadão de
Tagaste, na África, de nome Patrício, que era filho de família ilustre,
mas pobre, pagão e homem de sentimentos rudes. O caráter
indômito e violento do marido era para a esposa uma fonte de sofrimentos
e provações, as mais duras. Mônica sofreu tudo
com paciência e mansidão, não respondendo a Patrício, senão por obras de uma
caridade sem limites e pela oração. Longe de se queixar
ou prestar ouvido às más línguas, que procuravam semear-lhe discórdias no
lar, Mônica defendia o marido e não tolerava que o difamassem em sua presença.
Deus recompensou esta dedicação, tendo Mônica a satisfação de ver a conversão
do marido. Do seu matrimônio, Mônica teve dois filhos, Agostinho e Navígio e
uma filha Perpétua, que se fez religiosa. O mais velho,
Agostinho, causou grandes amarguras à mãe, até que enfim,
pela conversão e completa mudança de vida, se lhe tornou uma
glória.
Embora
não lhe deixasse faltar bons conselhos e apesar de o educar nos
princípios da Religião Católica, a vivacidade, a inconstância e
a volubilidade do filho inspiravam à boa mãe sérios cuidados
e abriram-lhe uma expectativa pouco lisonjeira para o futuro do
menino. Por este motivo e temendo que perdesse a graça do Batismo, não o
apresentou para ser batizado. Os fatos provaram como eram fundados os
receios da mãe. Agostinho desde os verdes anos se inclinou para o
mal e mais tarde se filiou à seita dos Maniqueus.
Dezessete
anos contava Agostinho, quando perdeu o pai. Para continuar os estudos,
dirigiu-se para Cartago. O Coração de Mônica sofreu atrozmente com
as notícias desoladoras, que continuamente recebia do filho.
Tão magoada ficou, que chegou a fechar a este a porta da sua casa.
Deus, porém, consolou-a em visões misteriosas, mostrando-lhe a futura
conversão de Agostinho. Confortada desta sorte, consentiu que este tornasse a
morar em sua casa e lhe assentasse à mesa.
Nem
assim deixou de rezar constantemente pela conversão do filho e pedir a
outros que o mesmo fizessem. Recomendou-o a diversos bispos, entre estes a um,
que também tinha pertencido à seita dos Maniqueus. Este muito a animou,
dizendo-lhe: "O coração de teu filho não está ainda preparado, mas
Deus determinará o momento. Vai e continua a rezar: é impossível que se
perca um filho de tantas lágrimas".
De
fato, soou a hora da conversão de Agostinho. Este que era a lente da arte
retórica em Cartago, começou a conhecer os erros da seita dos
Maniqueus e a experimentar nojo dos seus vícios. De Cartago dirigiu-se
Para Roma e de lá para Milão, onde Santo Ambrósio era Bispo. .
Sabendo
do plano de seu filho, de ir para Roma, Mônica quis acompanhá-lo.
Agostinho, porém, soube habilmente se furtar à companhia da mãe.
Sem avisar, tomou um outro navio e quando ela chegou ao lugar do embarque,
ele já havia partido.
Mônica
sabendo da mudança do filho para Milão, seguiu-o e teve o consolo de ouvir de
Santo Ambrósio, que o filho já se tinha convertido. Em 387 receberam Agostinho,
seu filho Adeodato e o amigo Alípio o santo Batismo.
Agostinho
resolveu então voltar, com a mãe para a África. Chegando a Ostia, disse-lhe
ela: "Vendo-te hoje cristão Católico, nada mais me resta a
fazer neste mundo". Caiu em uma doença grave e morreu, tendo
alcançado a idade de 56 anos. O Filho Agostinho, nas suas célebres
"Confissões" , erigiu um monumento indelével à memória da santa
mãe.
O
Papa Alexandre III colocou o nome de Santa Mônica entre Santos da
Igreja Católica. Sob o pontificado de Martinho V (1430) foi o corpo de
Santa Mônica transportado para Roma e depositado na Igreja de Santo
Agostinho.
A
devoção a Santa Mônica tomou novo incremento pelo fato de ser ela
declarada Padroeira das Associações das Mães Cristãs. De Santa Mônica podem as
mães aprender o interesse que devem ter pela salvação dos filhos.
Reflexões
Santa
Mônica tinha mau marido e mau filho. Ambos se converteram
devendo-se atribuir-lhes a conversão, à paciência, à caridade, às
penitências e orações da santa esposa e mãe. A conversão de
um pecador é um grande milagre, que só de Deus se pode esperar, pelas
obras de piedade, nunca, porém, pela impaciência, por palavras pesadas,
imprecações, pragas e maldições.
Esposas
e mães! Aprendam com o exemplo de vida de Santa Mônica, que
com muita oração, piedade e temor a Deus pode-se corrigir a conduta dos
maridos e filhos malvados ou pagãos.
A
filosofia terrena nos tenta perverter as santas atitudes.
"Renuncie ao sofrimento", "tens o direito de ser
feliz", nos diz o mundo. Quando as circunstâncias no matrimônio não nos
são favoráveis, logo surgem em nossos ouvidos conselhos malignos convidando a
abjurar ao sacramento do matrimônio. Bem disse recentemente o Papa Bento XVI
ser o divórcio uma "praga social" que disseminou-se pelo mundo nos
dias atuais. Santa Mônica não seguiu e nem nós, devemos
seguir conceitos mundanos. Na hora da necessidade,
devemos suplicar a Deus e em Deus nos apoiar. Não somos cidadãos do
mundo. Somos cidadãos com os olhos voltados para o Céu, onde encontra-se
a verdadeira felicidade.
Não
é à toa que o divino Mestre nos diz: "Pois que aproveitará ao
homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma?" ou ainda:
"Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que vós. Se
fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como , porém,
não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos
odeia" (Jo 15, 18 - 20) .
Peçamos
a intercessão de Santa Mônica para que verdadeiramente nos preocupemos
com o principal: "Educar os filhos na doutrina e no temor de
Deus", com a paciência dos santos, que tudo espera e tudo sofre, na
certeza de que só pelo caminho da Cruz é que poderemos garantir a nossa
salvação e das pessoas mais próximas que conosco convivem, ou seja, nossa
família.
via Canção Nova
via Canção Nova
FAÇA SUA DOAÇÃO PARA MANTER ESSA OBRA:
EVANGELIZE COMPARTILHANDO NAS REDES SOCIAIS:
EVANGELIZE COMPARTILHANDO NAS REDES SOCIAIS: