"Queridos voluntários, boa
tarde!
Não podia
regressar a Roma sem antes agradecer, de modo pessoal e afetuoso, a cada um de
vocês pelo trabalho e dedicação com que acompanharam, ajudaram, serviram aos
milhares de peregrinos; pelos inúmeros pequenos detalhes que fizeram desta
Jornada Mundial da Juventude uma experiência inesquecível de fé. Com os
sorrisos de cada um de vocês. Com a gentileza, com a disponibilidade ao
serviço, vocês provaram que “há maior alegria em dar do que em receber”.
O serviço
que vocês realizaram nestes dias me lembrou da missão de São João Batista, que
preparou o caminho para Jesus. Cada um, a seu modo, foi instrumento para que
milhares de jovens tivessem o “caminho preparado” para encontrar Jesus. E esse
é o serviço mais bonito que podemos realizar como discípulos missionários:
preparar o caminho para que todos possam conhecer, encontrar e amar o Senhor. A
vocês, que neste período responderam com tanta prontidão e generosidade ao
chamado para ser voluntários na Jornada Mundial, queria dizer: sejam sempre
generosos com Deus e com os demais. Não se perde nada, ao contrário, é a grande
a riqueza da vida que se recebe.
Deus chama para escolhas
definitivas. Ele tem um projeto para cada um: descobri-lo, responder à própria
vocação significa caminhar na direção jubilosa de si mesmo. A todos Deus nos
chama à santidade, a viver a sua vida, mas tem um caminho para cada um. Alguns
são chamados a se santificar constituindo uma família através do sacramento do
matrimônio.
Há quem diga
que hoje o casamento está “fora de moda”; na cultura do provisório, do
relativo, muitos pregam que o importante é “curtir” o momento, que não vale a
pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas “para sempre”,
uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso, eu peço a vocês
que sejam revolucionários, que vão contra a corrente; sim, nisto peço que se
rebelem; que se rebelem contra essa cultura do provisório que, no fundo, crê
que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, que não são capazes de
amar a verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a
coragem de “ir contra a corrente”. Tenham a coragem de ser felizes!
O Senhor
chama alguns ao sacerdócio, a se doar a Ele de modo mais total, para amar a
todos com o coração do Bom Pastor. A outros, chama para servir os demais na
vida religiosa; nos mosteiros, dedicando-se à oração pelo bem do mundo, nos
vários setores do apostolado, gastando-se por todos, especialmente os mais
necessitados. Nunca me esquecerei daquele 21 de setembro –eu tinha 17 anos
- quando depois de passar pela igreja de San José de Flores para me
confessar, senti pela primeira vez que Deus me chamava. Não tenham medo daquilo
que Deus lhes pede! Vale a pena dizer “sim” a Deus. N’Ele está a alegria!
Queridos
jovens, talvez alguns de vocês ainda não veja claramente o que fazer da sua
vida. Peça isso ao Senhor; Ele lhe fará entender o caminho. Como fez o jovem
Samuel, que ouviu dentro de si a voz insistente do Senhor que o chamava, e não
entendia, não sabia o que dizer, mas, com a ajuda do sacerdote Eli, no final
respondeu àquela voz: “Senhor, fala, eu escuto”. Peçam vocês também a Jesus:
Senhor, o que quereis que eu faça? Que caminho devo seguir?
Caros
amigos, novamente lhes agradeço por tudo o fizeram nestes dias. Não se esqueçam
de nada do que vocês viveram aqui! Podem contar sempre com minhas orações, e
sei que posso contar com as orações de vocês."
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