Dai-nos a benção!


Os Bispos da América Latina e do Caribe reconheceram, na Grande Conferência de Aparecida, que as maiores riquezas de nossos povos são a fé no Deus de amor e a tradição católica na vida e na cultura. Manifesta-se na fé madura de muitos batizados e na piedade popular que expressa o amor a Cristo sofredor, o Deus da compaixão, do perdão e da reconciliação, o amor ao Senhor presente na Eucaristia, – o Deus próximo dos pobres e dos que sofrem, – a profunda devoção à Santíssima Virgem nos diversos nomes nacionais e locais. Expressa-se também na caridade que em todas as partes anima gestos, obras e caminhos de solidariedade para com os mais necessitados e desamparados. Está presente também na consciência da dignidade da pessoa, na sabedoria diante da vida, na paixão pela justiça, na esperança contra toda esperança e na alegria de viver que move o coração de nosso povo, ainda que em condições muito difíceis. As raízes católicas permanecem na arte, linguagem, tradições e estilo de vida do povo, ao mesmo tempo dramático e festivo e no enfrentamento da realidade. A Igreja tem a grande tarefa de proteger e alimentar a fé do povo de Deus. (Cf. Documento de Aparecida 7).


Bento XVI, falando aos Bispos, destacou a rica e profunda religiosidade popular, na qual aparece a alma dos povos latino-americanos, o precioso tesouro da Igreja católica na América Latina. Convidou a promovê-la e a protegê-la. Esta maneira de expressar a fé está presente de diversas formas em todos os setores sociais, numa multidão que merece nosso respeito e carinho, porque sua piedade reflete uma sede de Deus que somente os pobres e simples podem conhecer, expressão da fé católica, catolicismo popular, profundamente inculturado, que contém a dimensão mais valiosa da cultura latino-americana (Cf. Documento de Aparecida 258).
Não podemos reclamar! Deus nos concedeu o que existe de mais precioso, dando-nos a graça de viver a fé cristã católica e oferecê-la como sinal ao Brasil e ao Mundo. Mas o que fazer com os dons com que o Senhor nos prodigalizou? Cabe a nós que vimos outubro chegar novamente, acolher os presentes de Deus, cultivá-los e oferecê-los às novas gerações.




O tesouro aberto revela uma figura feminina. Maria de Nazaré, Mãe de Deus e nossa Mãe. Encontrá-la é descobri-la como modelo de fé. Nós desejamos acreditar em Jesus Cristo, seu Filho, com a mesma intensidade de sua resposta a Deus. A fé, em Nossa Senhora, é compromisso imediato, sem desculpas, no ato de liberdade mais digno que uma pessoa humana pode realizar: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 37). Esta fé foi provada e comprovada, no anúncio da dor, espada que transpassa a alma (Lc 2, 35), no esforço ingente para salvar o que pertence a Deus a qualquer custo, fugindo para o Egito (Mt 2, 13-15), e ainda buscando um filho adolescente que devia cuidar das coisas “do Pai” (Lc 2, 48-50). A Mãe se tornou discípula do Filho (Cf. Jo 2, 1-12) e chegou à plena maturidade aos pés da Cruz: “Junto à cruz de Jesus, estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: ‘Mulher, eis o teu filho!’ Depois disse ao discípulo: ‘Eis a tua mãe!’ A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu” (Jo 19, 25-27). Após a Ressurreição, a Virgem Maria é o amparo da fé para os discípulos em oração, na expectativa do derramamento do Espírito Santo, para depois permanecer com a Igreja, Mãe, Modelo, Intercessora, acompanhando-a até a volta do Senhor, no fim dos tempos. Todo discípulo verdadeiro traz Maria consigo, como parte essencial de seu seguimento de Jesus Cristo. Este é o quilate daquela que acompanhamos pelas nossas ruas, através dos ícones que apontam para sua presença. 
Via CN
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