Padre diz em celebração matrimonial: “casamento entre católico e evangélico não dá certo”


“Um casamento entre um católico e um evangélico não tem como dar certo”. Esta foi a frase dita pelo Padre Ricardo no momento da celebração do casamento de Jeferson, que é evangélico, e Maria Fernanda, católica, realizado no último dia 18, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza.



O caso revoltou os noivos, os familiares e os amigos que estavam na igreja para a celebração do casamento e que esperavam do padre apenas palavras de felicidades para o casal que estava iniciando uma nova vida juntos. O engenheiro Jeferson diz que já foi católico e evangélico. “Já fui católico e evangélico, mas hoje eu não frequento nenhuma igreja, mas me considero cristão. A minha esposa é católica e parte da família dela também. Já a maioria da minha família é evangélica, mas também tem parte católica”, explica Jeferson.

“Católico tem que casar com católico”

Com tom de indignação, Jeferson relembra as palavras do padre. “Começou a cerimônia e no início ele me surpreendeu, perguntando qual era a religião da minha esposa e qual era a minha religião. A minha esposa respondeu que era católica e eu respondi para ele duas vezes dizendo que me considerava cristão. Isso eu falei e acredito que só ele e a minha esposa escutaram porque estavam muito próximos. Eu não falei no microfone da igreja. Aí ele pronunciou no microfone: ‘Ah, ele é evangélico. Ela é católica e ele é evangélico’”.

Segundo Jeferson, “a partir daí, ele começou a falar diversas coisas do tipo: ‘Eu não acredito que pessoas de religiões diferentes devam se misturar. Católico tem que casar com católico. Evangélico tem que casar com evangélico. Quem é da macumba tem que casar com quem é da macumba’”. “Também falou que não sabia como é que nós conseguiríamos criar os nossos filhos, porque isso não podia, que não acreditava nisso, que não fazia sentido”, contou Jeferson.

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AGORA VAMOS VER O QUE DIZ A IGREJA

Esta pergunta se torna cada vez mais comum porque muitos jovens católicos estão namorando com pessoas protestantes.

Se ambos foram batizados (mesmo que na comunidade protestante), o sacramento do matrimônio pode ser celebrado na Igreja Católica, desde que os cônjuges aceitem certas condições. Mas a Igreja não deixa de lembrar que há dificuldades a serem superadas. Sabemos que o casamento se funda na expressão “sereis uma só carne” (Gn 2,23), e que, portanto, a diferença de religiões dificulta esta união plena.

Antes de tudo a Igreja coloca as condições para a liceidade e validade de um matrimônio: 

Cân. 1108 §1. “Somente são válidos os matrimônios contraídos perante o Ordinário local ou o pároco, ou um sacerdote ou diácono delegado por qualquer um dos dois como assistente, e além disso perante duas testemunhas, de acordo porém com as normas estabelecidas nos cânones seguintes, e salvas as exceções contidas nos cân. 144, 1112, §1, §1116-1127, §2-3.”

§2. Considera-se assistente do matrimônio somente aquele que, estando presente, solicita a manifestação do consentimento dos contraentes, e a recebe em nome da Igreja.

Cân. 1086 §1. “É inválido o matrimônio entre duas pessoas, uma das quais tenha sido batizada na Igreja católica ou nela recebida e que não a tenha abandonado por um ato formal, e a outra que não é batizada.”



O Catecismo da Igreja diz:

§1634 – “A diferença de confissão entre cônjuges não constitui obstáculo insuperável para o casamento, desde que consigam colocar em comum o que cada um deles recebeu na sua comunidade, e aprender um do outro o modo de viver sua fidelidade a Cristo. Mas nem por isso devem ser subestimadas as dificuldades dos casamentos mistos. Elas se devem ao fato de que a separação dos cristãos é uma questão ainda não resolvida. Os esposos correm o risco de sentir o drama da desunião dos cristãos no seio do próprio lar. A disparidade de culto pode agravar mais ainda essas dificuldades. As divergências concernentes à fé, à própria concepção do casamento, como também mentalidades religiosas diferentes, podem constituir uma fonte de tensões no casamento, principalmente no que tange à educação dos filhos. Uma tentação pode então apresentar-se: a indiferença religiosa.”

Para que um casamento misto seja válido e legítimo tem que haver a permissão da autoridade da Igreja, o bispo, como diz o Código de Direito Canônico no cânon 1124.

O cânon 1125 diz:

“O Ordinário local pode conceder essa licença, se houver causa justa e razoável; não a conceda, porém, se não se verificarem as condições seguintes:

1°- a parte católica declare estar preparada para afastar os perigos de defecção da fé, e prometa sinceramente fazer todo o possível a fim de que toda a prole seja batizada e educada na Igreja católica;

2°- informe-se, tempestivamente, desses compromissos da parte católica à outra parte, de tal modo que conste estar esta verdadeiramente consciente do compromisso e da obrigação da parte católica;

3°- ambas as partes sejam instruídas a respeito dos fins e propriedades essenciais do matrimônio, que nenhum dos contraentes pode excluir.”

O cânon. 1126 orienta que: “Compete à Conferência dos Bispos estabelecer o modo segundo o qual devem ser feitas essas declarações e compromissos, que são sempre exigidos, como também determinar como deve constar no foro externo e como a parte não católica deve ser informada.”

Não devem ser feitas outras celebrações ecumênicas após a celebração do matrimônio; diz o Código, no cânon 1127:

§3. “Antes ou depois da celebração realizada de acordo com o §1, proíbe-se outra celebração religiosa desse matrimônio para prestar ou renovar o consentimento matrimonial; do mesmo modo, não se faça uma celebração religiosa em que o assistente católico e o ministro não católico, executando simultaneamente cada qual o próprio rito, solicitam o consentimento das partes.”

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Portanto, é possível um católico se casar na Igreja católico com uma pessoa protestante, desde que esta seja batizada validamente, e aceite as condições explicadas acima. No entanto, é bom lembrar aos jovens que não é fácil conciliar tudo isso. No calor da paixão inicial do relacionamento isso pode parecer fácil de superar, no entanto, com o passar dos anos, o nascer dos filhos, etc., as dificuldades podem aumentar. O recomendado pela Igreja é que o fiel católico se case com alguém de sua mesma fé.



Via Front Católico
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