O Reino dos Céus está próximo


João Batista anunciou a vinda de Jesus Cristo e do Reino dos Céus, que já está no meio de nós (cf. Lc 17, 21).
Os discípulos perguntaram a Jesus sobre Elias, pois os mestres da Lei diziam que ele deveria vir primeiro, antes que viesse o Messias (cf. Mal 3, 23). A isto, o Mestre respondeu: “Ora, eu vos digo: Elias já veio, mas eles não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem será maltratado por eles” (Mt 17, 12). Ouvindo estas palavras, os discípulos compreenderam que Ele falava de João Batista. Jesus responde a pergunta dos seus e, ao mesmo tempo, profetiza sobre si mesmo, sobre as coisas que deveriam acontecer com Ele. Mas, o que esta Palavra de Deus tem a dizer para nós hoje?

Jesus quer nos chamar a atenção para a tentação da rejeição do Reino de Deus, como aconteceu com João Batista e com Ele naquele tempo. Ambos foram rejeitados pelo povo daquele tempo. João foi o último profeta da Antiga Aliança, que anunciou a vinda do Messias. O Profeta pregou um batismo de conversão, dizendo: “Arrependei-vos porque o Reino dos Céus está próximo” (Mt 3, 2). Esse Reino já veio, pois Ele é o próprio Cristo no meio de nós. Mas, por causa da dureza de nosso coração, somos tentados a rejeitar e desprezar Jesus, que vive em nosso meio.
Podemos dizer que não rejeitamos e, tampouco, maltratamos Jesus, porém Ele pode estar muito próximo de nós e não nos damos conta. O Senhor chega a dizer que quem recebe uma criança por causa do seu nome é a Ele que recebe (Mt 18, 5). Quantas vezes deixamos de receber o Reino dos Céus em nossas vidas porque rejeitamos Jesus na pessoa do próximo? Talvez sejamos tentados a não acolher o Senhor, pois talvez Ele venha em uma hora inoportuna, na qual temos outros planos, outras coisas a fazer. Isso aconteceu com a Virgem Maria, pois ela estava prometida em casamento a José quando recebeu o anúncio do nascimento de Jesus e acolher Jesus em sua situação poderia acabar com todos os seus sonhos (cf. Lc 1, 26ss.).
Nossa Senhora foi capaz de acolher com alegria e coragem o anúncio do Anjo pois ela é a cheia de graça (cf. Lc 1, 28), a mulher plena do Espírito Santo. Da mesma forma, se nós queremos acolher Jesus Cristo em nossas vidas, precisamos ser cheios do Espírito. Pois, sozinhos certamente olharemos para nossa humanidade, para as nossas limitações, como fez Maria (cf. Lc 1, 34). Por nós mesmos, dificilmente vamos acolher o Cristo, porque não queremos mudança em nossas vidas. Por vezes, também não sabemos como acolher o Senhor e assumir a missão de anunciar a segunda vinda de Cristo e o cumprimento definitivo do Reino dos Céus.
João Batista foi capaz de assumir a radicalidade da sua missão, de anunciar a vinda do Messias, porque desde o ventre de sua mãe ele foi cheio do Espírito Santo. Isso aconteceu a partir da visita da Virgem Santíssima à sua prima, na qual ela e João ficaram cheios do Espírito (cf. Lc 1, 41). Hoje, se queremos acolher o Messias, como Isabel o fez (cf. Lc 1, 43), e sermos cheios do Espírito Santo, precisamos acolher a Virgem Maria. Pois, ela traz em seu ventre Jesus Cristo, que se faz pequeno como uma criança para estar no meio de nós. Acolhamos o menino Deus em nossas vidas, cheios do Espírito como João Batista, e anunciemos a Sua segunda vinda e o Reino dos Céus. Jesus já está presente, mas Ele virá pela segunda vez, com poder e glória para buscar aqueles que são seus! (cf. Mt 24, 30-31).